Um dos dez melhores professores do mundo tem apenas 26 anos, é filho de lavradores, nasceu e cresceu em uma cidade do interior do Espírito Santo e precisou lidar com traficantes de drogas e alunos que portavam armas de fogo nas escolas onde lecionou. O biólogo Wemerson da Silva Nogueira, natural de Nova Venécia, a 200 quilômetros da capital, Vitória, é finalista do Global Teacher Prize, uma espécie de Nobel do giz e lousa que recompensa com 1 milhão de dólares ao longo de dez anos um mestre que tenha feito grande contribuição à profissão. O anúncio do vencedor acontece neste domingo, 19, em Dubai — será a primeira viagem internacional de Wemerson.
Em entrevista a VEJA, ele conta como abraçou o magistério: “No 1º ano do ensino médio, conheci um estudante que estava sempre quieto, não se esforçava nas lições. Ele me contou que seus pais usavam drogas. Pensei que precisava salvar o garoto, e fiz isso por meio dos estudos. Assim me decidi pela docência. Minha motivação é transformar a vida dos meus alunos”. Wemerson também falou de sua primeira aula após formar-se professor.
“Comecei em fevereiro de 2012, ensinando ciências a uma turma da 6ª série. Quando cheguei, vi os alunos xingando, correndo, gritando, uma desordem total. Aquela cena foi horrível, eu não conseguia falar. Chorei quando cheguei em casa. No dia seguinte, decidi que iria mostrar quem mandava ali. Dei um grito forte, e a bagunça parou. Mas pensei que, depois do berro, eu deveria ter algo a oferecer. Tirei os alunos da sala, sentamos no quintal e comecei a apresentar o conteúdo. Todo mundo prestou atenção. Prometi que as aulas seriam sempre no jardim, mas a turma precisava se organizar, fazer fila para sair. Inovei desde o começo.”
https://www.youtube.com/watch?v=yJn8LQwDE8o
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