Investimento por aluno no Brasil equivale a um terço do gasto em países ricos, aponta OCDE
Relatório Education at a Glance mostra, no entanto, que investimento público na educação em relação ao PIB está no patamar de economias mais desenvolvidas
O gasto do Brasil por aluno é um terço do investimento visto em países de economia mais desenvolvida, aponta estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No ensino fundamental (do 1º ao 5º ano, ou anos iniciais), o valor no Brasil é de 3,6 mil dólares anuais, ou 20,1 mil reais, enquanto a média na OCDE é de 11,9 mil dólares, ou 66,6 mil reais. A diferença é indicada no relatório Education at a Glance (EaG), divulgado nesta terça-feira, com base em informações de 2021 sobre a educação em 49 países.
Na comparação com países da América Latina, o valor por estudante no Brasil é maior do que o visto no México (2,8 mil dólares) e no Peru (2 mil dólares), mas menor que o aplicado no Chile (7 mil dólares) e Costa Rica (5 mil dólares). Já Luxemburgo aparece no topo da lista geral, com 26,5 mil dólares por aluno, seguido por Suíça, com 19,6 mil dólares.
Nas outras etapas do ensino, a desigualdade permanece. Do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, o Brasil gasta por aluno 3,7 mil dólares (20,7 mil reais), sendo que média da OCDE é de 13,2 mil dólares (73,9 mil reais). Já no ensino médio, a diferença é mais que o triplo também: por jovem brasileiro, são 4 mil dólares (ou 22,4 mil reais), e a média da OCDE é de 12,7 mil dólares (71,1 mil reais).
No entanto, quando se trata do gasto na educação em relação ao PIB, o Brasil aparece com destaque: o percentual está no mesmo patamar da média da OCDE. O gasto público no país é de 4,4% do PIB, fatia que se assemelha à de países como Suécia e Nova Zelândia. “O Brasil gasta menos por aluno que a média da OCDE, mas relativamente muito quando se olha o percentual do PIB e o tamanho da economia do país”, afirmou Viktoria Kis, gerente de Indicadores de Financiamento da Educação da Ines/OCDE, durante coletiva de imprensa transmitida pelo Inep. “Isso indica um esforço do país”, acrescenta Fábio Pereira Bravin, coordenador-geral de Controle de Qualidade e Tratamento da Informação da Diretoria de Estatísticas Educacionais do Inep.