Ivonete Dezinho, 52 anos, encontrou uma forma inovadora de combater a rejeição de alguns de seus alunos do 8º ano na EMEF Professor Milton Dias Porto, em Naviraí (Mato Grosso do Sul), às aulas de matemática: tirá-los da sala de aula para provar a importância dos números na vida cotidiana de todos.
“O primeiro ponto é fazer com que os alunos não tenham medo e entendam que é possível calcular sem se preocupar tanto com fórmulas”, explica Ivonete. Para isso, pediu aos responsáveis pelos adolescentes para que os levassem a seus ambientes de trabalho. “A matemática está presente em todas as atividades, e os pais e avôs foram grandes parceiros. Eles mostraram a utilidade dos números no dia a dia de um padeiro, um médico, um arquiteto, um garçom, chefe de cozinha e contaram seus próprios métodos de cálculo.”
Além das estratégias de seus pais e avós, os estudantes também descobriram que unidades de medida, juros, porcentagem, orçamento doméstico, perímetro e área, dentre outros temas, são conhecimentos importantes no cotidiano profissional.
Em sala de aula, Ivonete não proíbe o uso de calculadoras, mas estimula uma postura mais ativa dos alunos. “Muitos deles usam o celular para fazer qualquer cálculo, até para tabuada, então meu papel é mostrar que é preciso primeiro compreender todo o processo e depois, sim, usar o celular para conferir o resultado.”
Com o projeto De Pai para Filho – Uma Abordagem do Ensino da Matemática nas Profissões, Ivonete conquistou um lugar entre os dez melhores professores do ano pelo Prêmio Educador Nota 10, promovido pelas fundações Victor Civita e Roberto Marinho. Ela agora tem a chance de ser vencedora do título Educador do Ano na cerimônia que acontece no dia 1º de outubro, em São Paulo.