Mauro Rosa, de 35 anos, é mais jovem que muitos de seus alunos. Ele é professor de arte na EMEB Isadora Battistin, em São Bernardo do Campo (SP), em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos) — voltada a pessoas que já passaram da idade escolar e não tiveram oportunidade de estudar. “Há milhares de brasileiros nestas condições que acabam sendo deixados de lado. Temos uma herança histórica que tem de ser trabalhada. Não podemos esperar que essas pessoas morram para acabar com o analfabetismo, temos de fazer algo”, ressalta um dos vencedores do Prêmio Educador Nota 10.
“A nossa bandeira é mostrar que a arte não é só perfumaria, como muitas vezes é tratada dentro da escola. O primeiro passo e o mais difícil é desconstruir, mostrar que arte não é só desenho ou pintura, existem outras linguagens e formas de conhecimento”, explica o professor.
Seu projeto nasceu do relato de alunos sobre suas vivências e situações limitadoras de suas trajetórias. Foi decidido, então, que o trabalho do grupo seria um teatro de sombras, com cenários projetados em vídeo, que abordasse temas como homofobia, racismo e preconceito de gênero e contra detentos. “A arte é transformadora no sentido de trazer o aluno para uma reflexão mais profunda, humana e sensível.”
Com o projeto Vagas de Luz: Às Sombras do Preconceito, Mauro conquistou um lugar entre os dez melhores professores do ano pelo Prêmio Educador Nota 10, promovido pelas fundações Victor Civita e Roberto Marinho. Ele agora tem a chance de ser vencedor do título Educador do Ano na cerimônia que acontece no dia 1º de outubro, em São Paulo.