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Nove vantagens de estudar em Portugal

Do uso da nota do Enem ao custo de vida: confira como fazer sua graduação e pós no país europeu

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2017, 16h49
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  • Clima agradável e baixo custo de vida — além da óbvia familiaridade com a língua — são alguns dos benefícios imediatos colhidos pelos brasileiros que optam por conquistar um diploma de ensino superior em Portugal. O país europeu oferece outras vantagens e facilidades para os primos latino-americanos. A começar pelo método de admissão. Desde 2014, Portugal aceita o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção dos alunos — atualmente são 22 instituições que usam a nota. Programas de mobilidade dentro da Europa e universidades de tradição são outros atrativos que tem levado estudantes brasileiros a fazer as malas rumo à antiga colônia.

    Confira abaixo vantagens de estudar em Portugal:

     

    Enem e facilidade de entrada

    Universidades portuguesas que aceitam brasileiros via Enem
    Estudantes portugueses na universidade de Coimbra. (Caio Guatelli/VEJA)

    Em 2014, a Universidade de Coimbra foi a primeira instituição de ensino superior de Portugal a aceitar a nota do Enem. Atualmente estudam em Coimbra 2.300 brasileiros, 10% do montante de 20% de vagas destinadas a estrangeiros. Assim como no Brasil, a pontuação do Enem necessária para ser aceito depende do curso escolhido (dado que pode ser consultado nos sites dos centros de ensino). Já os candidatos a mestrado ou doutorado (doutoramento como é chamado por lá) devem se inscrever nos sites das universidades, que costumam pedir o histórico escolar e cartas de recomendações e de motivação. Em Coimbra, por exemplo, um aluno com média entre 7 e 8 ao longo da graduação brasileira pode conquistar a paridade de notas para entrar. Vale lembrar que os diplomas de graduação expedidos pelo país passam pelo mesmo processo de revalidação de outras universidades estrangeiras quando chegam ao Brasil. A documentação deve passar pela avaliação de universidades públicas nacionais que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos de reciprocidade ou equiparação.

     

    Opções variadas

    Universidade de Lisboa
    Universidade de Lisboa, em Portugal (//Divulgação)

    Atualmente são 22 instituições de ensino que aceitam o Enem. São elas:

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    Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário
    Instituto Politécnico de Beja
    Instituto Politécnico de Bragança
    Instituto Politécnico de Coimbra
    Instituto Politécnico de Guarda
    Instituto Politécnico de Leiria
    Instituto Politécnico de Portalegre
    Instituto Politécnico de Santarém
    Instituto Politécnico de Setúbal
    Instituto Politécnico de Viseu
    Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
    Instituto Politécnico do Porto
    Universidade da Beira Interior
    Universidade da Madeira
    Universidade de Algarve
    Universidade de Aveiro
    Universidade de Coimbra
    Universidade de Lisboa
    Universidade do Minho
    Universidade do Porto
    Universidade dos Açores
    Universidade Lusófona

     

    Mensalidade

    Coimbra, Portugal - March 31 of 2017
    A cidade de Coimbra, em Portugal (Caio Guatelli/VEJA)

    Chamada de propina, a anuidade para estrangeiros sofre variações entre as universidades. A média para a graduação é de 7.000 euros (24.500 reais) por ano, que são parcelados em dez vezes de 700 euros (em torno de 2.450 reais). Algumas oferecem valores menores para os países de língua portuguesa, caso da Universidade do Porto, onde um curso no primeiro ciclo (graduação) pode sair entre 3.000 e 1.500 euros o ano (entre 10.000 e 5.000 reais). Comparados aos preços praticados em faculdades conceituadas no Brasil, os valores são atrativos. Uma mensalidade no curso de direito na Faap, em São Paulo, por exemplo, sai por 3.700 reais. Também existem bolsas por mérito que isentam o aluno de pagar a propina, porém são poucas as vagas por ano. O processo costuma envolver uma análise do histórico escolar e uma carta do candidato à bolsa com suas motivações. Os valores de mestrado e doutorado variam entre 1.000 e 3.000 euros anuais.

    Custo de vida reduzido

    Universidade do Minho, em Braga, Portugal
    Universidade do Minho, em Braga, Portugal (//Divulgação)

    Algumas das principais universidades de Portugal estão em cidades pequenas com baixo custo de vida. Caso da Universidade do Minho, sediada em Braga, município de 180.000 habitantes, ou a Universidade de Algarve, na charmosa e litorânea cidade de Faro, que possui cerca de 60.000 habitantes, sem falar da romântica Coimbra e sua população em torno de 140.000 pessoas. Enquanto Lisboa oferece alugueis entre 500 a 800 euros (1 700 a 2 700 reais), cidades menores possuem apartamentos simples e semimobiliados que podem ser alugados por 200 euros (680 reais), além de alojamentos estudantis que custam entre 80 e 100 euros por mês (270 a 340 reais). Estudantes também podem economizar nos restaurantes universitários, que oferecem refeições por 3 a 5 euros (10 a 17 reais).

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    Outras línguas

    IMIGRANTES EM PORTUGAL
    A carioca Clara, estudante de jornalismo em Coimbra (Caio Guatelli/VEJA)

    Além de aprender o sotaque dos colegas portugueses, os brasileiros em instituições lusitanas podem encaixar em suas grades curriculares aulas de inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, mandarim, entre outras línguas, conforme ele preferir. As Universidades do Porto e de Lisboa, por exemplo, ministram algumas de suas aulas de mestrado em inglês e francês.

     

    Intercâmbio na Europa

    Imagens do dia - Torre Eiffel ao amanhecer em Paris
    Praça do Trocadero nos arredores da torre Eiffel em Paris, na França (Ludovic Marin/AFP)

    O brasileiro que estudar na terrinha pode desfrutar de programas de mobilidade oferecidos por universidades europeias. Assim, é possível passar seis meses estudando em uma instituição de outro país europeu, sem gastar a mais em propina nem perder o período passado longe da sala de aula oficial. “A mobilidade é uma importante ferramenta de internacionalização das universidades”, conta Filomena Marques de Carvalho, coordenadora da divisão de relações internacionais da Universidade de Coimbra. “Levar o aluno a outros países o prepara melhor para uma vivência mundial. Promove uma maior riqueza multicultural além de deixá-lo mais aberto para as diferenças.”

    Cursos integrados

    Estudantes da universidade de Coimbra.
    Stephanie Machado Pereira e Rafaella Cunha, estudantes da Universidade de Coimbra (Caio Guatelli/VEJA)

    Em Portugal, a licenciatura é oferecida integrada ao mestrado, no 1º ciclo de estudos. As grades também podem ser diferentes quando comparadas aos cursos brasileiros, dependendo da área escolhida. Rafaella Cunha Teodoro, 23 anos, trocou o curso de teatro na Universidade Federal de Uberlândia por uma vaga em Estudos Artísticos, em Coimbra. “No Brasil, o estudo de artes são muito segmentados. Aqui faço teatro, fotografia, cinema, música, línguas, entre outras cadeiras optativas, no mesmo curso”, conta a estudante. Vale lembrar que nem todos os cursos em Portugal estão disponíveis para estrangeiros. Em Coimbra, por exemplo, brasileiros não conseguem vagas em medicina, odontologia (chamada lá de medicina dentária) e em administração público-privada.

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    Tradição e qualidade

    Universidade do Porto, em Portugal
    Universidade do Porto, em Portugal (//Divulgação)

    O pequeno país de 10 milhões de habitantes é dono de quatro universidades listadas entre as 500 melhores do mundo. A Universidade do Porto é a mais conceituada pelo ranking da QS World University, seguida por Lisboa, Nova Lisboa e Coimbra. Lisboa e Nova Lisboa se destacam em áreas de humanas, como artes, história e línguas. Porto e Coimbra são bem vistas pelas áreas de engenharia e tecnologia, juntamente com alguns institutos técnicos do país, como o Instituto Politécnico de Lisboa. A Universidade de Minho é bem qualificada pelo ranking em áreas de ciência e medicina, juntamente com as quatro primeiras citadas.

    Amadurecimento à distância

    IMIGRANTES EM PORTUGAL
    Estudante na faculdade de direito de Coimbra (Caio Guatelli/VEJA)

    A experiência de sair de casa para estudar em outra cidade e morar sozinho é um empurrão nada delicado rumo ao amadurecimento. Stephanie Machado Pereira, 19 anos, assimilou as dores de tal independência a mais de 7.000 Km de distância de sua família. “Nunca imaginei que conseguiria ser tão independente, morar sozinha. Era algo fora da realidade pra mim”, conta a estudante que trocou Indaiatuba, interior de São Paulo, por Coimbra para cursar jornalismo. Há dois anos em Portugal, a jovem voltou para o Brasil três vezes para visitar a família. Mas garante que se sente bem acolhida pelos amigos em situações parecidas. “Aqui, entramos em contato com o mundo todo e também o Brasil todo. Conheci mais da cultura do meu país em Portugal do que quando vivia no interior de São Paulo.”

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