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USP aprova cotas raciais e sociais no vestibular

Das vagas reservadas às escolas públicas, 37% serão destinadas a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas

Por Julia Moura Atualizado em 4 jun 2024, 19h59 - Publicado em 4 jul 2017, 22h09
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  • Em reunião do Conselho Universitário (CO) nesta terça-feira, a Universidade de São Paulo (USP) aprovou cotas raciais como forma de acesso. Na última semana, a instituição já havia aprovado a reserva de 37% das vagas disponibilizadas por unidade para estudantes de escolas públicas. Agora foi decidido que, desta porcentagem, também 37% serão destinadas a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas tanto na Fuvest como no Sisu, os dois processos seletivos da USP.

    O número corresponde ao levantamento do IBGE de habitantes do estado de São Paulo que se identificam desta forma. Esta é a primeira vez que a universidade reserva vagas de acordo com a raça do aluno. Antes, estes grupos eram bonificados com 25% da nota no vestibular no processo seletivo.

    A reserva será feita de forma escalonada a partir do próximo ano: no ingresso de 2018, serão reservadas 37% das vagas de cada instituto para alunos de escolas públicas; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40%; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; e a partir de 2021, a reserva deverá atingir os 50%. Já as cotas raciais se mantém como 37% destes valores até 2021.

    O reitor da USP, Marco Antonio Zago, classificou a decisão do Conselho Universitário como “histórica”. “É emblemático, porque representa uma Universidade que tem liderança e muita visibilidade no país. A inclusão social é um problema importante do ponto de vista de integração de nossa população”, afirmou.

    Nesta segunda-feira, professores da universidade haviam se manifestado a favor da proposta vencedora. “A USP está atrasada. Só a USP não tem cotas! As primeiras medidas de cotas em universidades no Brasil já tem mais de 15 anos. Pensamos que essa decisão cabe à sociedade que financia a USP e mesmo assim é excluída dela. Tal decisão já foi tomada, graças às lutas do movimento negro, e só nos cabe implementar políticas de permanência para receber as alunas e os alunos cotistas da melhor forma e com o máximo de apoio possível”, escreveram em carta.

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    Também deverá ser constituída a Comissão de Acompanhamento da Política de Inclusão da USP, que apoiará a Pró-Reitoria de Graduação na avaliação dos resultados do processo, propondo medidas para atingir as metas propostas e informar ao Conselho Universitário sobre a sustentabilidade orçamentária da Política de Permanência e Formação Estudantil.

    Em 2017, a USP registrou recorde no número de ingressantes oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação, que passou de 3.763 (34,6%), no ano passado, para 4.036 estudantes (36,9%) neste ano. Em junho deste ano, a Universidade e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE) assinaram um protocolo de intenções para a criação do programa “Vem pra USP!”, que tem o objetivo o desenvolvimento de ações para incentivar o acesso de estudantes da rede pública de ensino aos cursos de graduação da Universidade. Alunos e alunas do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio poderão participar do programa, que consistirá em uma competição de conhecimentos.

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    Sisu na USP

    O Conselho Universitário também aprovou a ampliação do número de vagas do próximo concurso vestibular que serão destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ao todo, em 2018, serão oferecidas 11.147 vagas. Desse total, 8.402 serão reservadas para candidatos aprovados pela seleção da Fuvest e 2.745 para o Sisu, o sistema informatizado gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    As 2.745 vagas reservadas para o Sisu serão distribuídas em três modalidades: 423 serão para ampla concorrência; 1.312 para estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas; e 1.010 para alunos oriundos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Em relação ao vestibular de 2017, houve aumento de 407 vagas destinadas ao Sisu.

    Este ano, todas as 42 Unidades de Ensino e Pesquisa da USP disponibilizaram vagas para o Sisu, das quais três aderiram ao sistema pela primeira vez: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina (FM) e o Instituto de Física (IF). Nos links a seguir estão publicadas as tabelas com a distribuição das vagas por área – Humanas, Exatas e Biológicas.
    Os bônus do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp) continuarão a ser oferecidos a alunos oriundos de escolas públicas que se inscreverem na Fuvest. Os bônus do Inclusp podem chegar a 25%, conforme o grupo no qual o candidato se inserir, que incidem sobre a nota da primeira fase e a nota final do Vestibular.

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    Número de vagas na USP ampliado

    O órgão máximo da Universidade aprovou a ampliação do número de vagas em dois cursos já existentes: o Bacharelado em Sistemas de Informação, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), que passou de 40 para 50 vagas; e o Bacharelado em Biblioteconomia, oferecido pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), que passou de 15 para 20 vagas.
    Com o novo curso e a ampliação de vagas, a USP oferecerá, em 2018, o total de 11.147 vagas – 75 a mais do que o ano passado.

    Também foi aprovada a criação do curso de Bacharelado em Biotecnologia, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), que substituirá o curso de Licenciatura de Ciências da Natureza, que era ministrado no período matutino. O novo curso abarcará as 60 vagas oferecidas pela Licenciatura e será oferecido no período diurno.

    A partir do próximo vestibular, o Bacharelado em Música com habilitação em Instrumento de Sopro, oferecido pela ECA, passará a oferecer a ênfase em Clarone, em soma às outras oito ênfases já oferecidas (Clarinete, Fagote, Flauta, Oboé, Trombone, Trompa, Trompete e Tuba).

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