Após polêmica do MAM, associação repudia ‘tentativas de censura’
Entidade de críticos enviou nota oficial
Depois da revolta em torno de uma performance no MAM de São Paulo na qual uma garotinha tocou em um homem nu, a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) enviou à imprensa uma nota repudiando a tentativa de “cerceamento de liberdade de expressão artística” no Brasil. “Frente ao que vem ocorrendo no campo das artes visuais em alguns estados do Brasil em termos de censura, a diretoria da ABCA está divulgando uma posição da associação”, escreveu a presidente da entidade, Maria Amelia Bulhões, em um e-mail.
A nota não cita exemplos, mas é divulgada à luz de outros episódios recentes. Um juiz de Jundiaí proibiu apresentações da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, com Jesus Cristo como travesti. Em Porto Alegre, a mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença da Arte Brasileira foi cancelada após protestos, por conter obras que fazem referência, por exemplo, à zoofilia.
Abaixo, trechos da nota:
“A Associação Brasileira de Críticos de Arte, ABCA, ocupa um lugar historicamente importante na luta pelo direito à manifestação livre de ideias do qual não abrimos mão. Neste momento, em que ações de maior e menor magnitude atentam contra a livre exposição de obras de artes visuais, não podemos deixar de nos manifestar.”
“Tornamos pública nossa posição: lutamos por uma sociedade plural constituída pelo debate, pelo dissenso e plenamente fortalecida nas mais variadas formas de expressão da cena contemporânea. Somos contra qualquer forma de censura, pois ela restringe a liberdade de expressão e do conhecimento e tenta retirar da arte sua potencialidade de dissidência e ruptura. Como ser livre tentando calar o outro.”
(Com Estadão Conteúdo)