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Livro destaca polêmicas e medos de Bolsonaro em seu 1° ano de governo

Obra da jornalista Thaís Oyama, ex-redatora-chefe de VEJA, traz novos detalhes sobre os bastidores da Presidência

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h07 - Publicado em 17 jan 2020, 06h00

No último dia 14, Jair Bolsonaro queixou-se do que seria mais uma fake news contra o seu governo. Ele estava se referindo à história de que quase teria demitido Sergio Moro em agosto do ano passado, depois que o ministro pediu ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, que reconsiderasse a decisão que suspendeu uma série de investigações criminais — entre elas, a do caso Fabrício Queiroz, suspeito de ser o laranja da família presidencial. Segundo essa versão, a exoneração só não teria sido consumada em razão de uma intervenção de outro ministro, Augusto Heleno. “Se demitir o Moro, o seu governo acaba”, teria dito o general. A VEJA, Moro disse desconhecer o episódio. Bolsonaro, por sua vez, resolveu ironizar o caso em um encontro com jornalistas. “Vocês têm uma colega que fez um livro que leu meu pensamento”, afirmou.

TORMENTA-LIVRO-THAIS-OYAMA
TORMENTA,  
de Thaís Oyama
(Companhia das
Letras; 272 páginas;
54,90 reais ou 34,90 reais na versão digital) (./.)

O relato da quase demissão de Moro encontra-se em um dos capítulos da obra Tormenta — O Governo Bolsonaro: Crises, Intrigas e Segredos, da jornalista Thaís Oyama, ex-redatora-chefe de VEJA. Para apurar o conteúdo, Thaís fez dezenas de entrevistas, boa parte delas com aliados que lidam ou lidaram diariamente com o presidente (Bolsonaro não quis dar seu depoimento e desmarcou em cima da hora a conversa que teria com a jornalista). Editado pela Companhia das Letras, o título será lançado nacionalmente no dia 20. Nas 272 páginas do trabalho, a autora revisita as decisões, as polêmicas e os medos do capitão, sempre acrescentando fatos novos, seja depoimentos exclusivos de assessores e políticos, seja detalhes até então desconhecidos. Durante a campanha, por exemplo, Augusto Heleno, hoje um dos mais ferrenhos bolsonaristas da administração, foi filmado reclamando, em alto e bom som, do despreparo do capitão. Em outra passagem, Thaís conta que o presidente proibiu Fabrício Queiroz de prestar depoimento ao Ministério Público no episódio das “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro. A revelação contraria a versão oficial do presidente, que alega manter uma postura olímpica com relação ao caso.

Publicado em VEJA de 22 de janeiro de 2020, edição nº 2670

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