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Os bastidores de ‘1917’, o vencedor do Globo de Ouro que mira o Oscar

Filme foi parcialmente inspirado na história do avô do diretor Sam Mendes, que serviu na I Guerra Mundial

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2020, 15h33 - Publicado em 8 jan 2020, 15h14

O Globo de Ouro 2020 surpreendeu o público ao eleger azarões como vitoriosos. A maior destas surpresas aconteceu na categoria nobre da noite, a de melhor filme dramático. Concorrendo com os gigantes Coringa e O Irlandês, o drama de guerra 1917 foi o vencedor — seu diretor, Sam Mendes, ainda levou o troféu na categoria de direção.

O longa, que estreia no Brasil em 23 de janeiro (com sessões antecipadas nos dias 18 e 19 de janeiro), agora mira conquistar vitórias no Oscar, que acontece em 9 de fevereiro e anuncia na próxima semana seus indicados. 

1917 é um retrato de Sam Mendes sobre a Primeira Guerra Mundial inspirado nas histórias do seu avô, que serviu no exército britânico e atuou como mensageiro na Frente Ocidental. O roteiro ficou completo com outras histórias reais de guerra retiradas de cartas, diários e pesquisas.

Na trama, dois soldados ingleses recebem a missão de entregar uma mensagem vital, que ordena que um ataque planejado nas linhas alemãs seja abortado, ou milhares de homens cairão numa armadilha.

O filme é feito como um longo plano-sequência, ou seja, aparentemente sem cortes. É um experimento radical de cinema, em que Mendes e o diretor de fotografia Roger Deakins deslizam a câmera das trincheiras para os campos de batalha cheios de crateras em uma cidade francesa devastada, ao longo de duas horas.

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Os protagonistas são Dean-Charles Chapman (conhecido como o rei Tommen Baratheon, em Game of Thrones) e George MacKay (de Capitão Fantástico). A dupla conta que, para cumprir o plano-sequência, todas as cenas foram ensaiadas por meses, com movimentos repetidos, criando no elenco o que eles chamam de “memória muscular”.

“Estávamos andando sobre estacas que colocamos no chão para marcar as paredes, o começo, o fim do set”, lembrou Chapman. “Pouco a pouco, o cenário se tornou uma trincheira, depois ajustamos o tamanho do cenário em torno da cena. E fizemos isso com cada cena. Foram seis meses neste processo.”

Mendes conta que preferiu atores que não eram grandes estrelas do cinema para que o público não simpatizasse de cara com os dois, e assim não conseguisse adivinhar se sobreviveriam ou não. “Talvez sejam mortos, eu não sei. Se fosse Leonardo DiCaprio, talvez eu pensaria o filme todo que ele iria sobreviver”, declarou Mendes.

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1917, contudo, não se priva de nomes estelares: Colin Firth, Benedict Cumberbatch e Andrew Scott, também estão no elenco.

(Com agência France-Presse)

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