“Ser pai sempre foi um sonho”, diz Serginho Groisman
"Thomas se transformou no rei da casa", conta o apresentador
Reservado na vida privada, Serginho Groisman levou um susto quando o filho, Thomas, de 5 anos, invadiu a entrevista por videochat com VEJA. O menino chamava o pai para brincar. Sem graça, e pedindo desculpas, o apresentador disse que demoraria um pouco, mas que brincaria depois. Ao fechar a porta do quarto, Serginho enfim se abriu sobre a vida familiar e na TV durante a quarentena. Leia a reportagem completa.
Como tem sido fazer o programa remotamente de sua casa? Parece que eu estou trabalhando dobrado. Você passa a não ter horário. É muito difícil porque, além da minha gravação, tem a internet do meu entrevistado que pode não ser boa. A rede cai e precisa reconfigurar tudo de novo. Uma entrevista simples está levando cerca de duas horas para ser feita.
Como concilia ser pai com gravar o programa em casa? O foco é o Thomas. Antes, o trabalho vinha em primeiro lugar, e desde a chegada dele as coisas se inverteram. Nossos laços familiares estão mais fortes. Eu e a Fernanda, minha mulher, temos nos empenhado em criar uma energia boa para ele. Thomas perdeu a chance de ir para a escola e de fazer amizades. Ele entende que existe uma febre mundial que nos impede de fazer as coisas, mas tentamos deixá-lo o mais confortável possível dentro de casa.
Qual é o maior desafio de ser pai? Educação. Não tem dado muito certo esse ensino a distância, mas estamos tentando e fazendo nosso melhor. As crianças nunca passaram tanto tempo junto com seus pais, e isso tem sido muito bom. Eu acordo com ele, brinco com ele e, depois, subo para trabalhar. Thomas se transformou no rei da casa. Não me lembro dos meus 5 anos, mas eu espero que, apesar de as coisas estarem intensas, ele se lembre com carinho desses momentos.
Por que decidiu ser pai só aos 64 anos? A paternidade sempre foi um sonho, mas isso tem a ver com a mulher que será mãe do seu filho. Nunca tive uma relação tão forte como a que tenho com a Fernanda. Ela é dentista e especialista em amamentação, e mudou minha cabeça. O Thomas ainda mama. Sou totalmente favorável.
Pensa em como será a relação com ele no futuro? Gosto de viver o presente. O que significa projetar um futuro se você não sabe como vai chegar lá — ou se vai chegar lá? Acordo todo dia com o som do Thomas. No dia em que eu não acordar… acabou. Não penso em como ele será sem mim.
Publicado em VEJA de 5 de agosto de 2020, edição nº 2698