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‘Suzane era uma garota normal’, diz diretor de filme sobre caso Richthofen

Mauricio Eça conta detalhes de 'A Menina que Matou os Pais', ficção baseada na história da jovem condenada a 39 anos de cadeia

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h15 - Publicado em 26 jul 2019, 07h00

Por que decidiu fazer o filme? É um caso forte, difícil, mas tem de ser contado de alguma maneira. Será uma ficção baseada na história real que chocou o país. Quando divulguei a intenção de fazer o longa, as pessoas criaram uma polêmica na internet, porque acham a história pesada. Mas são as mesmas que vão ao cinema para ver produções sobre serial killers americanos.

Como Suzane será mostrada? O filme tem início quando Suzane e Daniel Cravinhos se conhecem e passam a namorar. E termina no dia do julgamento. Quem vai viver a protagonista é a atriz Carla Diaz. No começo do longa, a Suzane tem 16 anos; no fim, 19. É, portanto, uma Suzane que as pessoas talvez desconheçam. Ela era uma garota normal, boa aluna… até que cometeu um assassinato. É a própria personagem que vai contar o caso. O roteiro se baseia nos depoimentos da Suzane e do Daniel à Justiça. Esse filme é uma história de amor letal. Os jovens se conheceram, se apaixonaram… E deu no que deu.

O longa vai mudar a imagem que as pessoas têm da assassina? Ninguém vai julgar nem defender a Suzane. Ela é ré confessa, acabou. Não temos nem o que defender. Suzane e os irmãos Cravinhos cometeram o crime e assumiram. Quero contar o que ela fez e como chegou a ponto de matar os próprios pais. O assassinato aconteceu há dezessete anos e, toda vez que a Suzane faz alguma coisa, vira notícia. Há questões psicológicas e sociais nesse filme. Quero que as pessoas vejam o longa, reflitam e entendam um pouco mais sobre a condição humana, mas sem justificar o que ela fez.

Suzane foi envolvida na produção? Não tivemos nenhuma relação. Ela não foi procurada, e ninguém nos procurou. A Suzane não vai ganhar um tostão com a bilheteria.

Desde que o crime aconteceu, o irmão de Suzane, Andreas, saiu dos holofotes e não demonstra interesse em aparecer. Vocês receiam pelo que ele possa achar do projeto? O An­dreas é inocente, era um garoto de 15 anos na época do crime e foi arrastado para a história sem ter envolvimento algum com o caso.

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Qual a sua expectativa de bilheteria para a produção? Devemos estrear no começo do ano que vem. Tenho certeza de que muita gente vai ver. Na Netflix, a quantidade de séries e filmes sobre assassinatos é impressionante. O público compra e consome esse tipo de conteúdo.

Publicado em VEJA de 31 de julho de 2019, edição nº 2645

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