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Acima das nuvens: não há atleta tão espetacular no mundo, hoje, quanto ele

O sueco nascido nos Estados Unidos Armand “Mondo” Duplantis é o imbatível campeão do salto com vara

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 set 2025, 08h00

Ninguém, mas ninguém mesmo, em todo o planeta Terra, estando com os pés no chão consegue decolar e subir tão alto quanto Armand “Mondo” Duplantis, de 25 anos — na segunda-feira 15, ele ultrapassou a marca de 6,30 metros no salto com vara, no Campeonato Mundial de Atletismo, em Tóquio, estabelecendo um novo recorde mundial. Foi proeza alcançada pela 14ª vez. Ficará para sempre a divertida cena do grego Emmanouil Karalis, o segundo colocado, que ficou em 6 metros, a ajudar o adversário a se refrescar, com um ventilador de mão, antes da derradeira e bem-sucedida tentativa de estabelecer a glória.

Não há, enfim, esportista tão destacado numa modalidade quanto o sueco nascido nos Estados Unidos. É batata: em cada disputa, ele participa de duas competições simultâneas. Contra os adversários, invariavelmente derrotados; e contra si mesmo — ou melhor, contra a marca a ser vencida. Quando os rivais estão fora da briga, boquiabertos, Duplantis trata de empurrar a barra 1 centímetro mais alto, e apenas 1. Ele poderia tentar mais, e certamente haveria de voar, não fosse um motivo prosaico: para cada 10 milímetros ele ganha um bônus de 50 000 a 100 000 dólares. Dobrar a meta não se traduz no dobro do valor. Há, portanto — e qual o problema? — um interesse pecuniário.

instagram @desireinglander
PARCERIA - Com a namorada, a modelo e influencer Desiré Inglander: dupla afinada no marketing (Reprodução/Instagram)

Parece fácil, e muitas vezes é. “É como se eu fosse um artista”, diz, sem falsa modéstia. Nos estádios a cena é comum: o público e os companheiros de pistas, todos olhando para Duplantis, que sobrou sozinho no palco. Certa vez, instado a definir a leveza com que lida com a corrida de 45 metros, o objeto de fibra de carbono de 3,35 metros e pouco mais de 2 quilos, para então chegar ao céu, ele foi direto ao ponto: “É como andar de bicicleta”. Na infância, no jardim da casa da família, em Louisiana, era isso mesmo. O menino pedalava, jogava bola e brincava de Olimpíada, inspirado pelo pai, Greg, também atleta de vara, e a mãe, Helena, heptatleta e jogadora de vôlei. Não tinha como dar errado, e o fato de fazer o que faz desde a meninice transformou a brincadeira em diversão. A calma — além do domínio técnico, em exatas vinte passadas, como um bailarino — o levou, com o perdão do trocadilho, a outro patamar. O bicampeão olímpico corre a 10,3 metros por segundo. Encaixa o bastão não na ponta final, mas a alguns centímetros antes e deixa que ele deslize. Depois, solta a vara antes do que costumam fazer os concorrentes. É uma beleza, ainda mais em câmera lenta, como se vê na televisão.

No enredo que se repete sempre, ele resolve logo a parada e os outros vão tentando e errando. “Lidei com isso praticamente a vida toda”, diz. “Costumava competir com trinta crianças. Como estava acima de todos, e não há aqui postura arrogante, às vezes aguardava até duas horas e meia para chegar a minha vez.” A pressão que o cerca fica apartada, e parece não haver risco. Havia, em Tóquio, como houve na Olimpíada de Paris, ano passado, uma pequena tensão no ar, ao menos para os mais velhos, que lembravam de um fracasso imenso — o do ucraniano Sergey Bubka na Olimpíada de Barcelona, em 1992. Ele era o Duplantis daquele tempo. Tinha as trinta melhores marcas mundiais. Mas não passou dos 5,70 metros em três tentativas e foi eliminado. Em tempo: Maksim Tarasov, da Equipe Unificada, inventada pelo COI depois do fim da União Soviética, venceu com 5,80 metros. Duplantis, agora, foi 50 centímetros acima. A título de comparação: o brasileiro Thiago Braz levou o ouro no Rio, em 2016, com 6,03 metros.

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Tanto sucesso e tanto tempo no alto fizeram de Duplantis celebridade no mundo das coisas reais e, claro, também nas redes sociais. Incentivado pela namorada, a modelo, influencer e empresária Desiré Inglander, de 24 anos — aquela para quem ele correu em Tóquio para um demoradíssimo e aplaudido beijo —, o sueco associa as conquistas esportivas a lances de marketing. No ano passado, ele aceitou um desafio, em Zurique, na Suíça: enfrentar o norueguês Karsten Warholm, o recordista dos 400 metros com barreiras, numa prova de… 100 metros rasos. Foi uma brincadeira, evidentemente, mas adivinhe quem ganhou? É divertido seguir a carreira de Duplantis, e sabe-se lá onde vai parar. Ao infinito… e além!

Publicado em VEJA de 19 de setembro de 2025, edição nº 2962

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