Acostumado a ser protagonista na contratação de grandes atletas e prováveis revelações do futebol mundial, o Chelsea, campeão da Champions League há duas temporadas, é hoje (mais um) alvo do ambicioso futebol da Arábia Saudita. Nesta segunda-feira, o clube da Premier League perdeu mais um atleta para os árabes. Segundo o jornalista Fabrizio Romano, o atacante marroquino Ziyech fechou acordo com o Al Nassr.
O clube, que já tem Cristiano Ronaldo desde o ano passado, também fechou nesta segunda, de acordo com a imprensa italiana, com o volante croata Brozovic, da vice-campeã da Champions, Internazionale. O futebol brasileiro também pode perder um de seus destaques para o Al Nassr, o técnico português Luis Castro, do líder Botafogo, tem até esta terça-feira (27), para responder sobre a proposta do time amarelo e azul, da capital Riad.
O apetite, no entanto, não é apenas do Al Nassr, mas sim uma estratégia governamental. Na disputa para celebrar a Copa do Mundo de 2030, o país decidiu investir pesado no esporte. No começo de junho, anunciou que o fundo soberano do Reino da Arábia Saudita comprou seus quatro principais clubes. Além do próprio Al Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahli também fazem parte do “Projeto de Investimento e Privatização de Clubes Esportivos”. O Al-Hilal, por exemplo, tentou, sem sucesso, trazer o craque Lionel Messi. O clube não desanimou e fechou com o zagueiro Koulibaly, do próprio Chelsea, e com o meia Rúben Neves, do Wolverhampton-ING, em transferências milionárias.
Sediados em Jeddah, no litoral do país, Al-Ittihad e Al-Ahli também não estão economizando. O clube amarelo e preto tirou o centroavante Karim Benzema do Real Madrid. De quebra, também acertou com outro jogador do Chelsea, o volante N’golo Kanté, campeão do mundo com a França, em 2018. O Al-Ahli foi outro que desfalcou o clube londrino, ao contratar o goleiro Mendy, considerado um dos melhores da atualidade. Nomes como Philipe Coutinho, Bernado Silva, Marco Verratti seguem na mira das equipes financiadas pelo fundo soberano.
Além de receber a Copa do Mundo, a estratégia liderada pelo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, seria uma maneira de o país receber um olhar mais “amigável” internacionalmente, já que a Arábia Saudita é conhecida pela longa ficha corrida de abusos de direitos humanos. O próprio Bin Salman foi o principal suspeito de mandar matar o jornalista Jamal Khashoggi, que era opositor do governo árabe, em 2018.