O tênis brasileiro deu vexame no Japão. Não pelas derrotas, mas por atitudes deploráveis de seus representantes: na mais grave delas, o tenista Guilherme Clezar cometeu um ato de injúria racial na partida contra o japonês Yuichi Sugita na noite desta quinta-feira (no horário de Brasília), manhã de sexta no Japão, na cidade de Osaka, pela Copa Davis. Ao reclamar de uma marcação errada do juiz de linha, de origem japonesa, Clezar fez um gesto destacando os “olhos puxados” do árbitro, como se houvesse relação entre sua etnia e a capacidade de enxergar.
No lance, Clezar, 244º colocado do ranking da ATP, acertou a bola na linha da quadra defendida por Sugita, que devolveu na rede. O árbitro, no entanto, havia assinalado bola fora. O brasileiro pediu revisão de vídeo e ao ver que tinha razão, fez o gesto que pode lhe custar punições ou até para a seleção brasileira. A Federação Internacional de Tênis (ITF) ainda não se pronunciou.
No jogo Clezar foi derrotado por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 7/5 e 7/6 (5) na primeira partida entre Brasil e Japão na repescagem da Copa Davis. Os japoneses também venceram o segundo jogo, entre Thiago Monteiro e Go Soeda, por 3 sets a 2, parciais de 3/6, 6/4, 6/3, 6/7(1) e 6/4.
Mal exemplo vem de cima
Antes das derrotas dos brasileiros, Rafael Westrupp, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) também se envolveu em polêmica. Em seu Twitter, publicou um vídeo da equipe comemorando o aniversário do capitão João Zvetsch, em um restaurante de Osaka, com a legenda “indicado por Kei Nishikori”.
Durante a gravação, um coro com o nome do famoso jogador japonês, número 14 do mundo, foi entoado, e um dos presentes gritou “pau no c* do Nishikori”, em mais um gesto incrível de falta de diplomacia. Minutos depois, Westrupp deletou a postagem.