O Campeonato Mundial de luta olímpica, marcado para os dias 16 e 17 deste mês no Irã, deve ser desfalcado por causa de uma crise geopolítica. Em resposta ao decreto assinado pelo presidente americano Donald Trump, que impede a entrada de iranianos e cidadãos de outros seis países de origem muçulmana nos Estados Unidos, a delegação americana de luta olímpica, formada por treze atletas, foi proibida de entrar no Irã para a disputa da competição.
Bahram Qasemi, porta-voz do Ministro de Relações Exteriores do Irã, confirmou nesta sexta-feira à agência de Notícias da República Islâmica (Irna) que o princípio de reciprocidade, anunciado pelo Irã horas depois do decreto de Trump, também vale para os lutadores americanos.
A União Mundial de Luta afirmou em comunicado que ainda aguarda por uma solução diplomática. “A cooperação entre as federações americana e iraniana se tornou uma referência para nosso esporte. Competidores dessas nações sempre demonstraram o mais alto nível de esportividade e a interação capturada em fotos se tornaram sinônimo de habilidade de nosso esporte em transcender a política”, diz trecho do documento.
A federação americana de luta olímpica (USA Wrestling) aguarda o posicionamento oficial da União Mundial de Luta, confiante de que, no fim, seus atletas poderão entrar no Irã. O astro da equipe, Jordan Burroughs, campeão olímpico em Londres-2012, afirmou, em entrevista à ESPN, que o Irã é o melhor lugar para se competir, pois tem “os melhores torcedores do mundo”.
“O esporte é uma das poucas instituições que transcendem a raça, religião, cultura e governo”, afirmou Burroughs. Cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen estão impedidos de entrar nos Estados Unidos ao menos pelos próximos 90 dias. Os refugiados sírios estão banidos por tempo indeterminado.