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Guga 20 Anos: contra Bjorkman, uma engasgada fundamental

Na segunda rodada de Roland Garros, Gustavo manteve o mesmo tênis agressivo da estreia. Só não contava com o nervosismo na hora de fechar o jogo

Por Alexandre Salvador e Mateus Silva Alves
Atualizado em 28 Maio 2017, 12h49 - Publicado em 28 Maio 2017, 12h33
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  • A segunda rodada de um torneio Grand Slam já não era território desconhecido para Gustavo Kuerten. No início de 1997, o catarinense já havia vencido a partida de estreia do Aberto da Austrália (e caído logo na sequência, é verdade). Nas palavras de Guga, passar pelo sueco Jonas Bjorkman, o adversário da vez naquela quarta-feira, 28 de maio, em Roland Garros, já seria motivo “para estourar uma champagne e comemorar”. A festa, de fato, aconteceu, mas não veio de graça.

    Mesmo com o jogo encaminhado a seu favor, Guga sofreu um mal comum a qualquer cidadão que já empunhou uma raquete: a hesitação na hora de fechar o jogo. Bjorkman, naquela altura um jogador entre os 30 melhores do mundo, aproveitou a titubeada do brasileiro e lhe provocou a primeira perda de set na competição. Apesar do susto sofrido, o catarinense não acusou o golpe e fechou logo a partida em 3 a 1, caminhando agora em águas desconhecidas. Mas Guga também já não era o mesmo tenista de antes.

    Gustavo Kuerten em Rolland Garros (1997)
    Na partida contra Bjorkman, Guga repetiu o mesmo tênis confiante da estreia (Gary M Prior/Allsport/Getty Images)

    O jogo – A vitória confortável na primeira rodada sobre o checo Slava Dosedel fez com que Guga repetisse contra o tenista sueco a mesma postura da estreia: sem medo de soltar o braço. O brasileiro ia forçando os golpes intuitivamente, na base da tentativa e… acerto. Foram 39 winners (jargão para os ataques que não são devolvidos pelo adversário) ao longo da partida, o que o encorajava a apertar o acelerador mais e mais.

    Liderando o jogo por 2 sets a zero e com vantagem de 4/1 no terceiro set, o “motor” de Guga engasgou. Apesar de ter o break point nas mãos para ampliar o placar para 5/1 e sacar para o jogo, o catarinense perdeu não só a chance de quebra mas também os cinco games seguintes. Placar do 3º set: 6/4 para Bjorkman.

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    No quarto set, o jogo seguiu parelho e sem quebras de saque até o placar de 6/5 em favor do brasileiro, com o sueco servindo pressionado. Guga teve seis match points perdidos, alguns deles por puro nervosismo. De acordo com os relatos de quem testemunhou a partida in loco, caso do ex-treinador e colunista de tênis Paulo Cleto, “Guga chegou a devolver um voleio que iria para fora e a perder um smash, razoavelmente fácil, na hora de fechar a partida.”

    Ouça abaixo os detalhes do jogo, na voz do técnico Larri Passos:

     

    “Se não ganhar jogando assim, quando é que vou vencer de novo?”, perguntava-se Guga, internamente. Finalmente, após longas 2 horas e 37 minutos de jogo, o brasileiro liquidou a fatura e se classificou para a terceira rodada de um Grand Slam. Chegar à segunda semana de Roland Garros já não parecia um sonho tão distante.

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    Com a palavra, o campeão:

    Bjorkman era o 23º do ranking. Apesar da boa colocação, nosso confronto era aquele tipo de jogo em que tudo podia acontecer, com o embate de dois estilos opostos. Eu gostava de disputa franca em campo aberto, de soltar o braço na troca de bola. O sueco adorava a combinação de saque e voleio, colocando bolas improváveis, correndo para a rede e fechando espaços a fim de encurtar os pontos. Eu esperava que meu jogo o incomodasse tanto quanto o dele me desagradava. A única semelhança entre nós era que, em momentos críticos, os dois não largavam o osso e tiravam forças do além para vencer a partida. Em situações em que nove entre dez tenistas afundariam, eu e Bjorkman continuaríamos remando contra a correnteza até o fim.

    Trecho extraído da autobiografia Guga – Um Brasileiro (Sextante)
    Jonas Bjorkman em Rolland Garros (1997)
    Jonas Bjorkman terminou 1997 como o número 4 do mundo (Clive Brunski/Getty Images)

    Que fim levou? – Apesar da derrota precoce no Aberto da França, o ano de 1997 foi um dos mais profícuos para o sueco Jonas Bjorkman. Antes de Roland Garros, ele já havia vencido o primeiro torneio ATP da carreira, em Auckland, na Nova Zelândia. Até o final da temporada, Bjorkman venceria outros dois torneios (Indianápolis e Estocolmo), ambos em quadra dura. O sueco terminou o ano na quarta posição do ranking mundial, a melhor posição em toda sua carreira – ao todo foram 6 títulos de simples e 54 de duplas (desses, 9 deles foram de Grand Slam). Excelente duplista, Bjorkman também esteve na equipe da Suécia que venceu três vezes a Copa Davis  (em 1994, 1997 e 1998). Depois de pendurar a raquete, o sueco já trabalhou como comentarista de tênis e também já esteve na equipe de treinadores do escocês Andy Murray, atual número número 1 do mundo.

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