Itália pede extradição e prisão de Robinho, condenado por violência sexual
Constituição impede que cidadãos brasileiros sejam enviados ao exterior e ex-jogador não deve cumprir a pena no Brasil
O Ministério Público de Milão pediu à justiça da Itália a extradição e prisão do ex-jogador de futebol Robinho, condenado a nove anos de prisão por violência sexual contra uma jovem albanesa. Se o Ministério da Justiça acatar o pedido dos promotores do caso, serão enviadas notificações às autoridades brasileiras.
O pedido, no entanto, não garante que Robinho seja extraditado. De acordo com a Constituição de 1988, a extradição de cidadãos brasileiros para o exterior é proibida. A Itália pode, ainda, pedir que a pena seja cumprida no Brasil, mas o País pode ou não acatar a solicitação.
De acordo com o jornal La Reppublica, o pedido vale também para Ricardo Falco, amigo do jogador e condenado no mesmo caso de violência sexual. O crime aconteceu em 22 de janeiro de 2013, na casa noturna Sio Café, quando Robinho jogava no Milan. Em janeiro, a 3ª Seção Penal da Corte de Cassação de Roma, equivalente a terceira e última instância no país, condenou os dois de forma definitiva.
Robinho e Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade física ou psíquica. A defesa de Robinho alegou que a relação foi consensual, mas gravações telefônicas interceptadas pela justiça confirmaram o crime.
Além do Santos, onde começou a carreira, Robinho passou pelo Real Madrid, pelo Manchester City e pelo Milan, entre outros clubes. Em 2020, o Santos anunciou a contratação do jogador, naquela que seria sua quarta passagem pelo time, mas a repercussão negativa por conta da condenação fez com que o contrato fosse cancelado.