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Morreu o goleiro de mãos grandes que jogava sem luvas e gostava de manga

Haílton Corrêa de Arruda, o goleiro Manga, estava internado no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro, em razão de complicações com um câncer de próstata

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 abr 2025, 11h15 - Publicado em 8 abr 2025, 09h47

Costumava jogar sem luvas, daí os dedos tortos, e gostava de manga. Haílton Corrêa de Arruda, o goleiro Manga, morreu nesta terça-feira, 8, no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro, em consequência de um câncer de próstata. Nascido em Recife, Pernambuco, deixou uma marca indelével nos gramados, defendendo vários clubes e a seleção brasileira. O Dia do Goleiro foi instituído em sua homenagem, no dia de seu nascimento, 26 de abril de 1937. Ele tinha 87 anos.

A trajetória de Manga começou no Sport, onde chegou ainda adolescente. Foi nas categorias de base do Leão da Ilha que ele recebeu o apelido que o acompanharia por toda a vida, devido ao seu hábito de pedir mangas maduras perto do centro de treinamento. Pelos juvenis do Sport, conquistou um tricampeonato estadual e logo ascendeu ao time profissional, estreando em 1955. Em 1958, conquistou seu primeiro e único título como titular pelo Sport, o Campeonato Pernambucano. Sua passagem pelo clube durou até 1959.

Em 1959, Manga transferiu-se para o Botafogo, a convite do técnico João Saldanha, e rapidamente se tornou titular absoluto. No Glorioso, viveu uma década de ouro, sendo considerado por muitos o maior goleiro da história do clube. Com o clube carioca, levantou quatro taças do Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967 e 1968) e três do Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966). Sua identificação com o clube era tamanha que ele costumava dizer que, em jogos contra o Flamengo, já gastava a premiação da vitória antecipadamente. Ao todo, foram 442 jogos defendendo a camisa alvinegra.

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As grandes atuações no Botafogo o levaram à seleção brasileira. Sua primeira convocação ocorreu em 1965, e a estreia foi em um amistoso contra a Alemanha Ocidental. Manga integrou o elenco que disputou a Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra, onde atuou em uma partida contra Portugal. No total, vestiu a camisa amarelinha em 12 ocasiões.

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Carreira no Uruguai

Após dez anos de sucesso no Rio de Janeiro, Manga transferiu-se em 1969 para o Club Nacional de Fútbol, do Uruguai. Em terras uruguaias, viveu o que muitos consideram o auge de sua carreira. Como titular incontestável, conquistou quatro Campeonatos Uruguaios consecutivos (1969, 1970, 1971 e 1972), além da inédita Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1971.

Em 1974, aos 37 anos, Manga retornou ao Brasil para defender o Internacional. No Colorado gaúcho, manteve o alto nível, conquistando o Campeonato Gaúcho em três oportunidades (1974, 1975 e 1976) e o bicampeonato do Campeonato Brasileiro em 1975 e 1976. Sua performance em 1976 lhe rendeu a Bola de Prata da Revista Placar.

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Após deixar o Internacional, Manga continuou a brilhar em outros clubes, como o Operário-MS (chegando às semifinais do Brasileirão de 1977), o Coritiba (onde conquistou o Campeonato Paranaense de 1978 e mais uma Bola de Prata), e o Grêmio (onde venceu o Campeonato Gaúcho de 1979). Encerrou sua vitoriosa carreira no Barcelona de Guayaquil, no Equador, em 1982, após conquistar o Campeonato Equatoriano de 1981.

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Dia do goleiro

A data de seu nascimento, 26 de abril, foi instituída como o Dia do Goleiro no Brasil, em reconhecimento à sua importância para a posição. Após se aposentar, Manga continuou ligado ao futebol como treinador de goleiros e viveu um período nos Estados Unidos antes de retornar ao Equador. Nos últimos anos, enfrentou problemas de saúde e financeiros, sendo amparado no Retiro dos Artistas.

A história de Manga se confunde com a própria história do futebol brasileiro. Sua agilidade, técnica e personalidade o consagraram como um dos maiores nomes da sua posição. O Brasil perde um ícone, mas o legado de Manga como um goleiro lendário permanecerá para sempre na memória dos amantes do futebol.

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