Netflix vai fazer proposta para ter jogos da Champions League
UEFA acredita que os novos acordos de transmissão devem render € 5 bilhões (cerca de £ 4,4 bilhões) por ano
A Netflix deve concorrer aos direitos globais para exibir uma partida da Champions League por rodada, como parte de uma reformulação dos acordos de transmissão da Uefa, entidade que controla o futebol europeu e acredita que deva render mais de € 5 bilhões (cerca de £ 4,4 bilhões) por ano. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 8, pelo periódico americano The Times.
Aos poucos, a plataforma de streaming vem tentando fazer movimentos de entrada no esporte, mas ainda a passos lentos em transmissões esportivas ao vivo. A principal entrada do Netflix no segmento foi com o lançamento de séries e filmes, impulsionada, é verdade, pelo estrondoso sucesso de Drive do Survive, lançada no começo de 2019 e que, neste ano, chegou à sétima temporada com bastidores da temporada da Fórmula 1.
Nas transmissões ao vivo, a plataforma exibiu uma partida de futebol americano da NFL, no Natal, e fez uma forte divulgação global para a luta de boxe entre Mike Tyson e Jake Paul, atingindo o pico de 65 milhões de transmissões. Outro passo importante para esse novo nicho foi a compra dos direitos nos EUA para a Copa do Mundo Feminina da FIFA de 2027 e 2031.
Antes disso, em exibições ao vivo, a plataforma arriscou, em 2023, com a ‘Netflix Cup’, programa que uniu as modalidades de automobilismo e golfe, que já eram retratadas em séries presentes no catálogo da plataforma, mas sem grande sucesso.
De acordo com o The Times, a plataforma que ganhar os direitos globais terá a primeira escolha dos jogos de terça-feira, mas terá um limite no número de partidas com um mesmo time.
A entrada quase que “forçada” nesse modelo de transmissão tem a ver com a concorrência, já que Prime Video, Apple TV+ e Star+ seguem este movimento e representam a consolidação da fusão entre o esporte e as plataformas de streaming.
“O crescimento do mercado de streaming se dá não só pelo aumento do número de usuários mas também pelo surgimento de novas plataformas a cada mês com conteúdos diversos, nesse aspecto, a disputa pela audiência tende a aumentar cada vez mais assim como o desafio de educar o consumidor sobre qual canal transmitirá determinado conteúdo”, aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
Uefa abre as portas
Recentemente, a Uefa anunciou a reformulação do modelo de venda de direitos de transmissão da Champions League, e vai permitir principalmente que as plataformas de streaming possam comprar a exclusividade para um único jogo ou para várias partidas.
Entre as outras mudanças, as emissoras e plataformas poderão adquirir os direitos em vários mercados, todos ao mesmo tempo, por acordos que terão três anos de vigência ou mais. Esse contratos de longo prazo são vistos com bons olhos pela UEFA, pegando como exemplo o acordo feito com a Paramount, em 2022, fechado por US$ 1,5 bilhão pelos direitos de mídia dos EUA para os jogos da Champions até 2030.
“A Premier League e as grandes ligas norte-americanas mostram o modelo a ser seguido. A venda por pacotes de jogos permite tanto ampliar a distribuição quanto a promoção das partidas, pois cada comprador de direitos terá em suas mãos a missão de promover ao máximo os torneios UEFA para fechar a conta”, analisa Alexandre Vasconcellos, gerente regional da Flashscore no Brasil, com experiência em marketing esportivo, comunicação, inovação e ESG no mundo dos esportes.
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