Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Neymar faz falta e Brasil sofre, mas tem outros protagonistas prontos

Vinicius Junior, de 22 anos, e Rodrygo, de 21, podem ser as estrelas que Tite tanto buscava; e Casemiro, o líder a guiar os jovens ao hexa

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 nov 2022, 17h44 - Publicado em 28 nov 2022, 15h20

DOHA – No primeiro teste sem Neymar, novamente lesionado, a seleção brasileira passou de ano com uma nota 6,5 ou, no máximo, 7. Diante de um adversário encardido – vale lembrar que a Suíça eliminou a França na Euro e tirou a Itália da Copa nas eliminatórias –, o Brasil se ressentiu da classe de seu camisa 10 e das mudanças de Tite (algumas contestáveis), que demoraram a surtir efeito, mas chegou ao triunfo por 1 a 0 no estádio 974 e, já classificado às oitavas, tem algo a comemorar: o surgimento de novos protagonistas, mais jovens e cheios de gás.

Com as lesões de Neymar e Danilo, Tite precisou mexer no esquema. A escolha mais controversa foi pelo substituto do lateral, pois havia grande expectativa sobre a entrada do veterano Daniel Alves, de 39 anos, um lateral mais ofensivo (construtor, nas palavras do técnico). No entanto, a escolha foi seguir a mais defensiva do titular, com a entrada do versátil zagueiro Eder Militão, que já atuou diversas vezes na função por São Paulo, Real Madrid e pela própria seleção. O atleta de 22 anos não sentiu o peso de estrear em Copas e cumpriu bem a função, ganhando todas as disputas em velocidade nas raras vezes em que a Suíça tentou contra-atacar.

O quebra-cabeça era mesmo o substituto de Neymar, e a primeira tentativa não surtiu efeito. Tite optou pelo retorno de Fred ao time titular, empurrando Paquetá mais para a frente, pelo lado esquerdo. Quando o Brasil tinha a bola, o jogador do Manchester United avançava bastante pela direita, perto de Raphinha, mas a forte marcação de Ricardo Rodríguez e Ruben Vargas dificultou a estratégia.

Raphinha foi o mais lúcido do Brasil na primeira etapa, com toques de primeira, um arremate de fora e uma bela virada de jogo que Vinicius não aproveitou. O astro do Real Madrid, que ganhou mais responsabilidades na ausência de Neymar, buscou a profundidade na primeira etapa, mas estava pouco inspirado. Paquetá, por sua vez, acertou bons passes, mas não conseguiu ser o “ritmista” que Tite buscava. Apesar de a Suíça não ter levado perigo, em alguns momentos a pressão de Fred e Paquetá, alta porém lenta, abriu espaços no meio.

Em uma decisão contestável, Tite optou por tirar Paquetá e mandar Rodrygo a campo. O time ficou mais ofensivo – e quase marcou com Richarlison –, mas também mais exposto. Quando Fred recebeu cartão amarelo, o técnico mandou a campo Bruno Guimarães, que demorou um pouco a engrenar. Aos 15, insatisfeito, Tite chamou Vini e Rodrygo para orientá-los e os jovens do Real Madrid aos poucos foram entrando no jogo.

Continua após a publicidade
Rodrygo foi um dos destaques brasileiros diante dos suíços -
Rodrygo foi um dos destaques brasileiros diante dos suíços // (Nelson Almeida/AFP)

A bola passou a chegar mais em Vini, que se tornou um verdadeiro tormento para o lateral Widmer com o que tem de melhor: o 1 x 1 em velocidade. O camisa 20 chegou a sentir o gosto de balançar as redes no Mundial, mas o lance foi invalidado por impedimento. Herói da estreia, Richarlison entregou a disposição de sempre, mas não brilhou e foi substituído por Gabriel Jesus, enquanto Raphinha deu lugar a Antony.

Eis que se deu a diferença fundamental: se antes, sem Neymar, o Brasil se ressentia de jogadores que chamassem a responsabilidade, desta vez quase todos os garotos buscaram decidir. Por ironia do destino, o gol, um golaço, foi marcado pelo atleta mais discreto, porém fundamental. Casemiro, que já havia feito uma partida impecável na estreia contra a Sérvia, avançou e foi premiado com um tento memorável em jogada com Rodrygo. Na ausência de Neymar, o camisa 5 pode ser peça de experiência que dará respaldo aos garotos da frente. Só tem de se cuidar para não levar cartões amarelos (hoje escapou) e ficar novamente de fora, como na eliminação para a Bélgica em 2018.

Continua após a publicidade
Casemiro fez o gol salvador já no fim -
Casemiro fez o gol salvador já no fim // (Fabrice Coffrini/AFP)

Apesar de Casemiro ter deixado o Real Madrid nesta temporada, o entrosamento dos tempos de capital espanhola ainda parece surtir efeito. “Jogamos muito tempo juntos ali. O Casão sempre passou muita experiência para nós. Antes de a bola chegar eu falei para ele deixar passar, aí ele deixou, e logo depois ficou livre. O normal da jogada é o cara ir nele, e eu ficar livre, mas ele ficou e eu devolvi. Ele foi muito feliz no chute. É uma jogada que fizemos por muito tempo. Ele tem qualidade de atacante”, brincou Rodrygo após a partida, em entrevista à Globo.

O Brasil terminou o jogo com 54% de posse de bola e cinco finalizações na direção do gol. Apesar da partida menos inspirada, foi novamente sólido, mantendo contra equipes europeias um padrão de rendimento apresentado durante todo o ciclo contra sul-americanos. Somando as duas partidas desta Copa, o Brasil não cedeu nenhuma grande chance ao adversário. Em contrapartida, finalizou certo 14 vezes.

Neymar ainda deve voltar e o time é certamente melhor com seu talento. Mas hoje o Brasil já tem outras estrelas. E talvez o titular mais fundamental e insubstituível do time seja mesmo o guerreiro Casemiro.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.