Por que Djokovic foi chamado de ‘traidor’ pelo governo e deixou a Sérvia?
Campeão olímpico pelo país se mudou para a Grécia depois de apoiar protestos anti-governo

O tenista Novak Djokovic deixou Belgrado, Sérvia, seu país natal, depois de ser acusado de “traidor” pelo governo. O motivo foi a demonstração de apoio do atleta aos protestos de estudantes contra o presidente Aleksandar Vucic e que pedem novas eleições. Junto com sua família, ele se mudou para Atenas, Grécia nas últimas semanas.
A fama e a idolatria de Djokovic no país o tornaram alvo político depois de apoiar os protestantes, sem direcionar ataques diretos ao presidente. O jornal suíço Neue Zürcher Zeitung afirma que veículos de imprensa aliados ao governo estão difamando o tenista, que já foi chamado de uma “desgraça” por um tabloide. O cineasta Emir Kusturica, crítico direto do chefe do executivo, também vem sofrendo ataques do tipo.
No mundo esportivo, a saída de Djoko de seu país levou ao cancelamento do Aberto de Belgrado, que deve ser disputado na Grécia, nova casa do atleta. O atleta já pratica tênis em um centro de treinamento em Atenas e seus filhos Stefan e Tara estão matriculados em uma escola na cidade.
Os protestos tiveram início em novembro de 2024, depois do desabamento da cobertura de uma estação ferroviária que deixou 15 mortos na cidade de Novi Sad, a segunda maior do país. A tragédia expôs denúncias de corrupção e negligência nas obras públicas.
Liderado por estudantes, os protestos se espalharam pelo país com forte repressão policial e confrontos violentos em Belgrado, Novi Sad e Valjevo. O presidente do país, Aleksandar Vucic, e o seu partido, SNS (Partido Progressista da Sérvia), são os principais alvos das manifestações que persistem, a última nesta segunda, 8, na capital do país.