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Por que o retorno de Neymar para o Brasil tem um quê de fracasso

A torcida do Santos, no entanto, tem todo o direito de celebrar

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2025, 14h35 - Publicado em 31 jan 2025, 06h00

A torcida do Santos tem todo o direito de celebrar — e é possível que Neymar faça a diferença no futebol brasileiro, apesar de um tanto fora de forma e acima do peso, aos quase 33 anos. Tê-lo com a camisa 10, que um dia foi de Pelé e tinha sido abandonada em homenagem ao rei, é notícia ruidosa e inescapável. Contudo, a volta do craque para a Baixada Santista, depois de onze anos fora do Brasil, pode ser vista de outro ângulo — o retorno, por baixo, sim, de um jogador sensacional que sonhava ser o melhor do mundo, atuou pelo Barcelona e pelo PSG, teve instantes de brilho real (veja no quadro), outros de opacidade, e passou o último ano, entre contusões em série, em um time da Arábia Saudita, o Al-Hilal, pelo qual disputou sete partidas e fez apenas um gol.

Neymar, insista-se, fracassou — o que não significa dizer que seja ruim, ao contrário, e tampouco que não possa renascer. Talvez venha a ser o melhor do Brasil em atividade. Mas dele, na viagem ao exterior, esperava-­se muito mais — e ele próprio sonhava alto. Caiu das nuvens, e não conseguiu uma Copa do Mundo com a amarelinha. Tudo somado, fez mais barulho, muito mais, fora do gramado do que em campo.

Os valores acordados com o Santos, é claro, o farão rir, aconteça o que acontecer: 1 milhão de reais mensais fixos, podendo chegar a 6 milhões de reais com os direitos de imagem, além das campanhas de publicidade, segundo apontou o jornalista Paulo Vinicius Coelho, do UOL. É quase o dobro do que embolsava entre 2010 e 2013, quando foi revelado pelo time praiano. Profissionais em torno do atleta ouvidos por VEJA dizem que o contrato, de apenas seis meses, podendo ser ampliado, tem um motivo: o interesse em ir para os Estados Unidos, quem sabe para o Inter Miami, onde estão Lionel Messi e Luiz Suárez, o MS do trio MSN, de gols em profusão pelo Barcelona.

O ex-atacante das Arábias tem um outro anseio: retomar o ritmo pela seleção, mais próximo dos olhos do treinador Dorival Júnior. E ainda que o caminho de volta seja apenas o possível, tudo indica poder haver um “efeito Neymar” positivo, mesmo que sua imagem não seja lá muito boa. Haverá intensa movimentação financeira. A roda do marketing não cessará. Nesse aspecto, faz lembrar Ronaldo Fenômeno, contratado pelo Corinthians em 2009, aos 33 anos, atalho para uma gestão mais profissional do clube paulista, apesar dos pesares e dos cartolas. Mas atenção: Ronaldo, àquela altura, era bicampeão do mundo pela seleção (1994 e 2002), tinha vencido três vezes o título de melhor do planeta oferecido pela Fifa e não havia dúvida: vencera como poucos. Com Neymar, insista-se, não é assim. Ele não atingiu a altura também de Ronaldinho Gaúcho, do elenco da Copa de 2002, o “bruxo” que aprontou pelo PSG, Barcelona e Milan, o número 1 mundial em 2005. Foi com essas credenciais que ele venceria a Libertadores pelo Atlético Mineiro, em 2013, depois de rápida passagem pelo Flamengo.

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Só o tempo dirá, é claro, se o futuro de Neymar pode ser luminoso — o passado, porém, não pode ser reescrito, em engenharia reversa. Ele tinha tudo para estar no panteão dos gênios, mas acabou se perdendo pelos corredores da fama e do deslumbramento. Pena. Mas é inquestionável poder fazer crescer a maré de interesse, por ser personagem incontornável. Desde 25 de janeiro, quando as notícias da contratação ganharam força, o perfil do Santos no Instagram saltou de 3,5 milhões para 4,4 milhões de seguidores. No Tik­Tok a agremiação ganhou 100 000 novos seguidores. “A marca Neymar permanece em alta”, diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM. “Continua sendo uma referência não apenas pelos feitos futebolísticos, mas pelo impacto que exerce nessa indústria.” Para quem está chegando à reta final da carreira, parece ser destino limitado demais. Por uma goleada de motivos, poucos acreditam numa virada dele nos campos a partir da temporada na Baixada, ainda que talento não lhe falte — mas a festa já está garantida.

Publicado em VEJA de 31 de janeiro de 2025, edição nº 2929

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