O Rio Open só termina sua décima edição no domingo 25, mas o grande vencedor já deu as caras: o carioca João Fonseca, de 17 anos. Esperava-se que a sensação do torneio fosse o espanhol Carlos Alcaraz, número 2 do mundo, mas a lesão que o tirou das quadras com apenas 18 minutos de jogo abriu espaço para que o brasileiro e seus recordes brilhassem ainda mais.
Fonseca se tornou, na quinta-feira, 22, o primeiro tenista nascido em 2006 – ou depois – a alcançar as quartas de uma competição de nível da ATP Tour para profissionais, além de ser também o brasileiro mais novo a atingir a marca na era aberta do tênis. No ranking mundial, passou do número 665 para 341 em menos de uma semana.
Ele entra também uma lista seleta dos mais jovens nas quartas de final desde os anos 2000, se colocando junto a nomes de peso como Rafael Nadal, Alexander Zverev, Karen Khachanov e Kei Nishikori.
Na quarta-feira, Fonseca surpreendeu ao bater a promessa francesa Arthur Fils, número 36 do mundo, e conquistar de forma imponente sua primeira vitória em torneios da ATP Tour para profissionais. Sem nem parecer que havia jogado na noite anterior, garantiu na quinta-feira a vitória sobre o chileno Christian Garín, ex-Top 20 do mundo e campeão do Rio Open de 2020, que o levou às quartas.
“Não caiu um pouco a ficha ainda, mas eu quero continuar nesse sonho cada vez mais. Estou muito feliz com a minha trajetória até aqui, estou feliz com o jogo que eu estou jogando do jeito que eu evoluí de um ano para cá não só tecnicamente, mas também fisicamente e mentalmente também, estou muito mais maduro”, disse a jornalistas depois da partida com Garín.
O resultado coloca três tenistas nas quartas de final de simples do Rio Open, algo que nunca aconteceu nos dez anos de história do torneio. Somam-se a Fonseca Thiago Monteiro e Thiago Wild.
“Estou muito feliz, os dois Thiagos são muito amigos meus, depois de várias lendas do tênis brasileiro, eu consigo fazer um feito histórico. Muito feliz, é agradecer a todos e seguir porque eu quero mais”, declarou o tenista de 17 anos.
O avanço para os profissionais acontece depois de um 2023 impecável, que o levou a ser convidado pela organização do Rio Open para entrar diretamente na chave principal. O carioca foi campeão do US Open, em Nova York, e terminou com número 1 do mundo entre os juvenis.
Apesar de já mostrar maturidade no jogo, tem um dilema quase adolescente pela frente: ele precisa decidir em junho se vai se concentrar no circuito profissional ou aceitar um convite para estudar em uma universidade nos Estados Unidos. No ano passado, disse ter assinado uma carta de intenção de jogar pela University of Virginia. Mas a boa campanha pode agilizar todos os planos, ainda mais se conseguir avançar para a conquista do tão sonhado Rio Open.