Rafael Nadal recuperou sua grande forma e fechou a temporada de 2017 na liderança do ranking da ATP. Nos últimos anos, porém, o tenista espanhol passou por situações complicadas, especialmente em 2015. Em entrevista ao jornal El Mundo, Nadal revelou ter tido várias crises de ansiedade em decorrência dos problemas físicos que sofreu na época.
Em 2015, apesar de ter conquistado três títulos e outros três vice-campeonatos, o espanhol sofreu sua segunda derrota da carreira em Roland Garros, para o sérvio Novak Djokovic nas quartas de final, e terminou a temporada sem nenhum título de Masters 1000 ou Grand Slam pela primeira vez desde 2005. O jogador de 31 anos ainda se recuperava de várias lesões que o atormentaram por anos.
“Em 2014, encadeei várias lesões e problemas de saúde: a lesão no punho e nas costas se juntou com a cirurgia de apêndice no final da temporada. Tudo isso me fez começar 2015 com muitas dúvidas, que me produziram uma ansiedade até então desconhecida para mim. Mas em todos os momentos, eu mantive a esperança de continuar jogando. A realidade é que estresse interior durou seis ou sete meses. No final de 215 eu já terminei melhor e em 2016 me senti recuperado”, contou.
Segundo a publicação, Nadal tinha o coração disparado, não podia controlar sua respiração e essa angústia o impedia de pensar com clareza em quadra. Dois anos depois, o tenista número 1 do mundo garante que isso ficou para trás, mas atenta para a possibilidade de as crises voltarem: “As estranhas sensações de ansiedade que eu sentia em 2015 não voltei a ter. Desapareceram. Podem voltar? É possível”.
Mesmo com todos esses fatores, o espanhol decidiu participar os Jogos Olímpicos de 2016, por ser um evento “muito especial” para ele. Foi porta-bandeira da Espanha, conquistou a medalha de ouro nas duplas e disputou o bronze na chave de simples. No entanto, acabou sofrendo nova lesão no punho e precisou abandonar o restante da temporada. Com o período de descanso, Nadal se recuperou e voltou em excelente forma em 2017, apesar de ter terminado o ano de forma precoce, com dores no joelho.
“Tive de abandonar a temporada para me preparar bem para essa. E quando finalmente as lesões desapareceram, pude treinar em novembro e dezembro e começar bem o ano. Se começa bem a temporada, tem mais chances de continuar bem. Por sorte, 2017 foi um ano fantástico. Estou feliz”, explicou.
Perguntado sobre como se recuperar de fracassos depois de estar acostumado com êxitos, Nadal destacou sua força de vontade como fator essencial: “Ninguém fracassa se faz todo o possível para ganhar. Fracassa quando não se esforça o suficiente para tentar alcançar seus objetivos. Nunca deixei um jogo ou um treino sem dar tudo de mim”.