Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Um ano depois da morte de Pelé, seu legado continua inabalável

Campeão pela seleção brasileira e pelo Santos, Edson Arantes do Nascimento transformou o futebol e deixou marca indelével como personalidade do mundo

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 dez 2023, 07h00

Há um ano, morria Pelé: Rei do futebol, gênio da bola, artilheiro sem igual, jogador de outro mundo e um número infindável de epítetos edificantes — todos corretos e precisos. Edson Arantes do Nascimento tinha 82 anos quando deixou uma legião de fãs pelo mundo, encantados com seu legado de gols e jogadas fenomenais, boa parte deles registrados em vídeos que podem facilmente ser encontrados na internet. Era praticamente uma unanimidade, em uma vida marcada, como todos, por bons e maus momentos.

Mesmo quando foi criticado por não se posicionar politicamente durante a ditadura, depois teve uma atuação surpreendente como ministro dos Esportes e criticou a corrupção dentro e fora do esporte. Ao mesmo tempo que foi questionado por não ter sido tão assertivo na luta contra o racismo, recepcionou os membros da Marcha Contra o Racismo e pediu por votos em políticos negros. Do alto de sua majestade, teve humildade o suficiente para se reposicionar e se colocar quando necessário.

Apesar de tudo e justamente por isso tudo, continua vivo nos corações e mentes de quem tem alguma relação com o futebol, seja de amor, indiferença ou ódio. Porque, bem, estamos falando de Pelé, único tricampeão do mundo pela seleção brasileira, em 1958, em 1962 e em 1970. E um goleador que não encontrou paralelo, embora sua contagem exata de gols seja motivo de debate: a maioria das fontes concorda que ele marcou entre 1.281 e 1.283 gols ao longo de 21 anos de sua carreira profissional. Isso inclui gols em jogos oficiais, amistosos e até jogos de exibição.

Nascido em família pobre, na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, Pelé inspirou-se em seu pai, Dondinho, para jogar bola. Já em Bauru, no interior de São Paulo, o pequeno Edson começou carreira em clubes amadores locais. Mais tarde, ao completar 15 anos, foi levado ao litoral sul para fazer um teste no Santos — e passou. Foi contratado em junho de 1956 e começou a defender a equipe da Vila Belmiro, onde passaria a maior parte de sua vida profissional.

No Santos, Pelé desandou a marcar gols, o que lhe garantiu a primeira convocação para a seleção brasileira, em 1957, para participar da Copa Roca, competição na qual fez seu primeiro tento com o manto canarinho e iniciou uma caminhada de conquistas. Foi pelo Peixe que ele marcou a maior parte dos seus tentos, em mais de 1300 partidas. E um destes teve gosto especial, o de número mil, alcançado no dia 19 de novembro de 1969, na vitória de 2 a 1 sobre o Vasco, no estádio do Maracanã. Tinha apenas 29 anos ao chegar nesta marca, o que torna seu apelo para que o país não esquecesse dos pobres ainda mais importante em meio a todo aquele circo midiático.

Continua após a publicidade
Brazilian Football Player Pele’S 1000Th Goal
MILÉSIMO GOL – Recordes: conquista ocorreu aos 29 anos, em 1969 (Keystone-France/Getty Images)

Foi com o time da Vila Belmiro que conquistou títulos inéditos no contexto intercontinental e mundial. Foi campeão da Libertadores duas vezes e, depois, mundial em igual quantidade — em 1962 e 1963. Com isso, colocou o clube e o futebol brasileiro no mapa mundi. Ele ainda esticaria sua carreira jogando, nos Estados Unidos, para o New York Cosmos, entre 1975 e 1977. A ideia era ajudar a popularizar o futebol entre os americanos. Sua presença, ao lado de outros nomes de peso como o italiano Giorgio Chinaglia e o alemão Franz Beckenbauer, grandes multidões e a atenção da mídia.

O que pensaria Pelé?

Em entrevista à Agência France Presse (AFP), o ex-goleiro Edinho, filho de Pelé, comentou que seu pai estaria muito triste e preocupado vendo os atuais momentos da seleção brasileira e do Santos. Em campo, o Brasil teve um 2023 bem abaixo das expectativas, ocupando uma singela sexta posição, com apenas sete pontos em seis rodadas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Já o Peixe foi rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em seus 111 anos de história. Além disso, o time alvinegro está assolado por problemas financeiros e divergências na diretoria.

Continua após a publicidade

“Com certeza o nosso ‘rei’ estaria muito preocupado”, disse o ex-goleiro de Santos e Ponte Preta à agência AFP. “Essa crise não aconteceu de um dia para o outro, há problemas grandes e complexos. Estamos em declínio, ainda temos bons jogadores, mas no passado tínhamos mais atletas de alto nível em comparação com hoje. Não tenho dúvida, se o papai estivesse conosco, ele teria ficado bem triste.”

Foi Pelé o verdadeiro fenômeno? Ele sempre permaneceu enquanto todos os seus outros oponentes argentinos eram descartados como grandes. Aconteceu com Di Stefano, com Maradona e agora com Messi. “Decidam-se quem é o melhor de seu lado”, brincava o Rei. “Quando vocês decidirem, a gente conversa.” A verdade é que todos foram gigantes, mas só o menino do interior de Minas Gerais grudou no inconsciente coletivo como ele próprio fazia a bola grudar em seus pés enquanto driblava os oponentes a caminho das redes.

 

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.