Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Continua após publicidade

O sabor e a força nutritiva das plantas não convencionais

Com perfil adequado aos novos humores da sociedade, elas chegam às mesas domésticas

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h39 - Publicado em 30 out 2020, 06h00
GettyImages-589935231.jpg2
SAÚDE - Prato não convencional: 20 000 tipos exóticos catalogados – (Istock/Getty Images)

Taioba refogada, sopa de trevo-de-tr­ês-folhas, salada de azedinha e pitadas de semente de aroeira. Os nomes exóticos dos ingredientes dão a pista: são pratos feitos com plantinhas do mato, que nascem de forma espontânea por todo lugar. Na gastronomia, esse tipo de alimento, digamos, selvagem recebeu no Brasil, em 2008, a denominação de “panc”, o acrônimo para plantas alimentícias não convencionais. Com velocidade, chegou às cozinhas estreladas de chefs como Alana Rizzo, Alex Atala e Ivan Ralston. Agora, chegaram às mesas domésticas, sobretudo de quem busca uma alimentação sustentável — prato cheio para a geração dos millennials.

GettyImages-186812178.jpg
FLOR DE PRIMAVERA – Versátil: em sucos, chás e até empanada – (iStock/Getty Images)
GettyImages-1223846517.jpg
TREVO-DE-TRÊS-FOLHAS - Cálcio, potássio e magnésio: bom em sopas – (iStock/Getty Images)
GettyImages-1255145749.jpg
TAIOBA - Fibras, fósforo, ferro e cálcio: sabor lembra o do espinafre – (iStock/Getty Images)

O termo “panc” foi cunhado no Brasil pelo biólogo Valdely Kinupp, hoje professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Em parceria com o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi, desenvolveu um catálogo com a identificação, tabela nutricional e receitas de 351 espécies. Diferentemente das hortaliças, legumes, grãos e frutas convencionais, as pancs não são cultivadas em larga escala. Muitas, até mesmo, são consideradas ervas daninhas por crescerem nos quintais e beiras de estrada. “Mas os benefícios desse tipo de alimento são extraordinários”, diz a geógrafa Beatriz Carvalho, fundadora do projeto Mato no Prato. As plantas nativas têm em comum altíssima concentração de vitaminas e minerais, em especial, ferro, cálcio e antioxidantes. Os sabores costumam ser fortes, vão do azedo ao picante.

GettyImages-1214651049.jpg
SEMENTE DE AROEIRA - Carotenoide, composto antioxidante: gosto picante – (iStock/Getty Images)
GettyImages-1032835186.jpg
AZEDINHA - Vitamina C, ferro e fibras: excelente para saladas – (iStock/Getty Images)

Ganharam espaço, apesar de caras — cerca de 30% a mais do que os produtos comuns —, porque foram adotadas pelo novo espírito do mundo, esse que se espraiou globalmente. E vencem uma barreira imensa: das mais de 50 000 plantas comestíveis disponíveis mundialmente, apenas quinze delas, principalmente o arroz, o milho e o trigo, são responsáveis por 90% das demandas de energia dos seres humanos, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Há, portanto, vasto espaço para crescimento. Hoje há mais de 20 000 espécies catalogadas. Existem endereços especializados que comercializam essas plantinhas. Mas muitas pessoas estão colhendo-as por conta própria. Daí a necessidade de atenção redobrada: elas não devem estar próximas a esgotos ou água parada. Devem ser evitadas espécies com espinhos, com látex ou seivas. E, claro, sempre ter como referência informações de especialistas, divulgadas em links especializados na internet. A natureza é pródiga, mas exigente.

Publicado em VEJA de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.