Rodrigo Oliveira passa a assinar cardápio de colégios

Ao apresentar ao público uma comida nordestina inventiva e moderna, o chef Rodrigo Oliveira transformou o restaurante de seu pai, o Mocotó, fundado na década de 1970, em um ponto gastronômico disputado. Desde 2001, quando assumiu as panelas, o local é razão para muitos paulistanos atravessarem a cidade em direção a zona norte, região distante do eixo badalado. O Mocotó cresceu –abriu em mais três endereços –e o inspirou mais tarde  a inaugurar o Balaio IMS, localizado dentro do Instituto Moreira Sales. Disposto a ampliar ainda mais o acesso das suas receitas, Oliveira fechou recentemente parceria com a Sodexo, multinacional francesa, referência em refeições industriais, para assinar o cardápio de 63 restaurantes de colégios. “Vamos transformar o recreio em uma experiência única”, diz Sérgio Caires, diretor da Sodexo, do setor de escolas e universidades.

A colaboração contempla 12 receitas clássicas –10 pratos principais e duas sobremesas –criadas pelo chef e adaptadas pela equipe de chefs da empresa para atender 1,5 milhão de consumidores. “Sempre acreditei que boa comida não deve ser um privilégio”, diz Rodrigo Oliveira. Abaixo, ele contou à Veja como vê essa nova experiência e quais os planos futuros.

 A parceria é uma democratização da sua culinária?
Sem dúvida. Essa parceria representa uma oportunidade de levar a excelência da gastronomia brasileira para um público muito mais amplo, em restaurantes corporativos como escolas e empresas. Sempre acreditei que a boa comida não deve ser um privilégio –ela deve estar acessível a todos. Para mim, democratizar a alta gastronomia é garantir que sabor, técnica e afeto possam fazer parte do dia a dia de milhões de pessoas.

Tem algum outro propósito nesta parceria?
A parceria com a Sodexo nasceu de uma conexão real de valores, como a valorização da cultura brasileira, a sustentabilidade e o compromisso com a inclusão. Sempre que encontro iniciativas que compartilham dessa mesma visão, e há possibilidade de parceria, é uma oportunidade de colaborar e fazer algo maior e melhor pelas pessoas. Mas tudo precisa fazer sentido, precisa ter verdade. Nesse caso, por meio dessa parceria com a Sodexo, estamos unindo propósito, afeto e excelência gastronômica para transformar o recreio em escolas em uma experiência única.

Leia:

+https://beta-develop.veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/rodrigo-oliveira-fala-de-masterchef-comida-3d-e-o-uso-de-ia-na-cozinha

 Você adaptou o perfil dos pratos do Mocotó à Sodexo? Houve aí uma reinvenção do chef?
Houve, na verdade, um processo de adaptação das receitas em conjunto com os chefs da Sodexo, que tem total expertise em alimentação corporativa em larga escala. O desafio foi justamente manter a alma dos pratos, respeitando suas origens, mas adequando os processos para atender essa nova realidade. De certa forma, foi uma reinvenção, mas com os mesmos valores que sempre guiaram minha cozinha: simplicidade, brasilidade e respeito pelo ingrediente. De certa forma, foi uma reinvenção, mas com os mesmos valores que sempre guiaram minha cozinha: simplicidade, brasilidade e respeito pelo ingrediente.

Qual seu objetivo com a parceria?
Desejo que as pessoas se sintam acolhidas por meio da comida, que tenham acesso a sabores que contam histórias e despertam memórias. Quando a gente pensa em alimentação, pensa também em cuidado pelas pessoas e pelas raízes. Queremos promover uma alimentação mais saborosa, nutritiva e inclusiva em todos os momentos da vida das pessoas, seja no Mocotó ou em ambientes corporativos, industriais ou escolares.

Você pensa em ter uma escola de gastronomia?
O Mocotó sempre foi uma escola, onde formamos muitos profissionais que hoje estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Tenho hoje na ativa o Engenho Mocotó, uma iniciativa voltada à formação e ao compartilhamento de conhecimento com a nossa equipe. É um lugar de trocas verdadeiras, que reflete exatamente o que acredito: a cozinha como espaço de aprendizado, transformação e inclusão.

Quais os planos para este ano?
A partir da parceria com a Sodexo, estamos transformando o conceito de restaurante corporativo e também a hora do intervalo em instituições de educação. Queremos que essas receitas cheguem a cada vez mais pessoas. Em paralelo, no Quebrada Alimentada, que vai receber parte da receita obtida com os dadinhos de tapioca vendidos nas cafeterias da Sodexo, temos planos de ampliar nosso impacto social.Também sigo firme na gestão dos meus restaurantes, o Mocotó e o Balaio IMS, localizados em São Paulo. Ambos me ajudam na missão de valorizar a culinária brasileira com autenticidade, sustentabilidade e muito orgulho das nossas raízes.

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+https://beta-develop.veja.abril.com.br/comportamento/chef-do-mocoto-rodrigo-oliveira-aposta-em-parceria-com-criacoes-exclusivas

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