Semana do Riesling promove vinhos feitos com a mais emblemática uva da Alemanha
Evento reúne rótulos alemães e mostra como os vinhos brancos da região tem se tornado cobiçados

Faz muito tempo que a Alemanha deixou a má fama de produtora de vinhos de baixa qualidade e hoje é referência na elaboração de brancos, especialmente aqueles com a uva Riesling, variedade preferida pelos sommeliers do mundo todo por conta de sua complexidade. Para quem quer se aprofundar nos bons vinhos alemães, a Semana do Riesling promove uma série de atividades
Até o dia 16, sete endereços da cidade de São Paulo oferecerão rótulos novos que chegaram ao Brasil em jantares harmonizados ou em “flights”, sequências de degustação com pequenas doses de vários vinhos diferentes. São eles: Sede 261, NOMO Restaurante, Restaurante Banana Verde, Conceição Discos & Comes, Praça São Lourenço, Makoto Cidade Jardim e Ping Yang Thai Bar & Food.
Na quarta-feira, 12, a Enocultura, nos Jardins, recebe uma feira dedicada exclusivamente aos rótulos alemães. A Riesling é a principal variedade oferecida, mas há também outras castas alemãs importantes, como a Sylvaner. O evento acontece das 18h às 21h e o ingresso custa R$ 190 (sendo que R$ 100 são abatidos na compra de vinhos) e dá direito a provar todos os rótulos disponíveis.
A iniciativa é da Weinkeller, única importadora focada exclusivamente em rótulos alemães do Brasil. Inaugurada em 2012, surgiu em um momento completamente diferente do mercado. “Na época, ainda havia muito preconceito com os vinhos alemães e os vinhos brancos eram bem menos consumidos”, afirma Vivien Kelber, sócia da importadora. “Além disso, os rótulos eram considerados muito complicados”.
A dificuldade em compreender a complexa legislação alemã continua. São muitas graduações de qualidade, de Qualitatswein, a mais baixa, acima apenas dos vinhos de mesa, até Trockenbeerenauslese, ou TBA, para facilitar, que indica vinhos de alto grau de qualidade e altíssimo açúcar residual. É complexo mesmo. Até a questão do açúcar é diferente. Lá um vinho pode ser considerado seco mesmo com uma quantidade de açúcar residual mais alta. Em alguns casos, quando o vinho chega no Brasil, recebe a etiqueta no verso indicando que se trata de um “meio seco”.
Há, no entanto, uma grande mudança. Os produtores têm se dedicado aos dois extremos: vinhos secos, muito frescos, ou vinhos doces, de sobremesa e alta qualidade. Aqueles no meio do caminho, os tais “meio secos” que fizeram a (má) fama dos vinhos alemães, estão desaparecendo. É uma tendência de mercado. Os jovens querem vinhos mais leves, frescos e com teor alcoólico mais baixo.
Hoje, 40% de toda a produção de Riesling está na Alemanha (há diversos outros países produtores, incluindo o Brasil e o Chile, na América do Sul). A maior região produtora é Pfalz, com quase 6 mil hectares dedicados à variedade branca. Em Rheingau, outra região, a uva representa 78% de todos os vinhedos.