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2023 foi o ano mais mortal da história para imigrantes, diz agência da ONU

Com 8.565 mortes em rotas de imigração, ano supera 2016, auge da crise dos refugiados na Europa e antigo detentor do pódio

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h36 - Publicado em 6 mar 2024, 13h30
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  • A Organização Internacional para as Migrações (OIM), das Nações Unidas, revelou nesta quarta-feira, 6, que 2023 foi o ano mais fatal para imigrantes a nível mundial, com ao menos 8.565 mortes em rotas migratórias, representando um disparo de 20% em relação a 2022. A estimativa supera os dados de 2016, antigo detentor do pódio, quando foram registradas 8.084 vítimas.

    “Estes números horríveis recolhidos pelo Projeto Migrantes Desaparecidos são também um lembrete de que devemos reafirmar o nosso compromisso com uma ação mais ampla que possa garantir migração segura para todos, para que daqui a dez anos as pessoas não tenham de arriscar as suas vidas em busca de uma vida melhor”, afirmou o vice-diretor-geral da OIM, Ugochi Daniels.

    O Projeto Migrantes Desaparecidos foi criado há apenas uma década, portanto não oferece dados de anos anteriores. A iniciativa nasceu após dois naufrágios “devastadores” na costa de Lampedusa, na Itália, uma das principais portas de entrada ilegal para o país, em 2014. É considerada, ainda, o único indicador sobre o nível de “segurança” de imigrantes para o Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, parte das metas das Nações Unidas contidas na Agenda 2030.

    + Agência de fronteiras da UE diz que é ‘impossível’ conter imigração ilegal

    Panorama das mortes

    Mais da metade dos óbitos ocorreu por afogamento, 9% por acidentes e 7% por questões relacionadas à violência, segundo a agência. O relatório elencou, ainda, a travessia do Mediterrâneo como a rota de imigração mais perigosa. Do total de mortes, 3.129 ocorreram na região (o dado inclui, também, o número de desaparecidos no oceano, presumidamente mortos).

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    Em parâmetro continental, Ásia (2.138) e África (1.866) viram seus números dispararem. No primeiro continente, a maioria das vítimas consiste em afegãos e rohingyas (minoria do Mianmar) que fugiram de seus respectivos países. No segundo, por sua vez, os óbitos ocorreram no deserto do Saara e no caminho pelo mar rumo às Ilhas Canárias, na Espanha.

    “Estima-se, no entanto, que o número real seja muito mais elevado devido aos desafios na coleta de dados, especialmente em locais remotos, como o Parque Nacional de Darién, no Panamá [rota para os Estados Unidos], e nas rotas marítimas, onde a OIM regista regularmente naufrágios invisíveis, nos quais barcos desaparecem sem deixar rasto”, alertou o comunicado da instituição.

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