O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky alfinetou o governo brasileiro neste domingo, 16, ao final da Cúpula da Paz pela Ucrânia, que aconteceu na Suíça. “Assim que o Brasil e a China aderirem ao princípios que nos unem aqui, como países civilizados, nós ficaremos felizes em ouvir suas opiniões, mesmo que elas não coincidam com a da maioria do mundo”, afirmou Zelensky em entrevista coletiva.
No final de maio, China e Brasil apresentaram uma moção conjunta com seis pontos para a resolução da guerra entre Rússia e Ucrânia. Um dos tópicos envolvia “uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as de todas as partes relevantes”. A Rússia, no entanto, não foi convidada para o congresso na Suíça, contrariando a resolução.
Convidado para comparecer ao evento pela presidente da Suíça, Viola Amherd, Lula recusou a oferta sob o argumento de que uma solução para o conflito só deve ocorrer quando Rússia e Ucrânia estiverem representadas e optou por enviar a embaixadora brasileira no país alpino como observadora do evento. O governo Chinês, por sua vez, não compareceu e nem enviou representantes para a conferência em Lucerna.
O presidente brasileiro recebeu ainda, no início da última semana, uma ligação do presidente russo, Vladmir Putin, na qual o brasileiro falou sobre a guerra na Ucrânia, invadida pelos russos há mais de dois anos. “O presidente Lula reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam os dois lados do conflito, em linha com documento assinado pelo assessor presidencial Celso Amorim e seu homólogo chinês Wang Yi”, diz a nota divulgada pelo Itamaraty.
Realizada neste final de semana, a Cúpula da Paz Pela Ucrânia reuniu mais de 90 países com o objetivo de angariar apoio para o fim do conflito. Ao final, a maioria dos líderes aderiram a um documento que reforça o apoio à integridade territorial da Ucrânia e pede a restauração do controle ucraniano sobre a central nuclear de Zaporizhzhia, atualmente ocupada pela Rússia. Vários países participantes, no entanto, incluindo Índia, África do Sul, a Arábia Saudita, e Brasil, que atuou apenas como observador, não assinaram o documento, encerrando o evento sem consenso.