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A Biden, Bolsonaro diz que deixará governo ‘de forma democrática’

Presidente pediu ainda eleições limpas, confiáveis e auditáveis 'para que não sobre nenhuma dúvida depois'

Por Da Redação Atualizado em 10 jun 2022, 06h36 - Publicado em 9 jun 2022, 20h50
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  • Durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que deixará o governo “de forma democrática”, pedindo ainda eleições limpas, confiáveis e auditáveis “para que não sobre nenhuma dúvida depois”.

    “Neste ano, temos eleições no Brasil, e nós queremos sim, eleições limpas, confiáveis, e auditáveis, para que não sobre nenhuma dúvida após o pleito”, disse nesta quinta-feira, 9, em Los Angeles. “Eu tenho certeza que será realizada neste espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza que, quando deixar o governo, também será de forma democrática”.

    A declaração de Bolsonaro sobre eleições no Brasil, no entanto, acontece poucos dias após um ataque renovado ao Tribunal Superior Eleitoral. Na terça-feira, o presidente voltou a dizer que as Forças Armadas foram convidadas para participar de uma comissão de transparência eleitoral e que o tribunal teria ignorado sugestões para combater vulnerabilidades.

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    “Não gostaram. ‘Eleição é coisa para forças desarmadas’. Convidar-nos pra quê, ora bolas? Pra fazer papel do quê? Eu sou o chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir […] Eu não vou viver como um rato. Tem que haver uma reação”, declarou, acrescentando que a população, se discordar, deve se preparar para ser “prisioneira sem algemas”.

    O encontro bilateral, o primeiro entre os líderes desde que Biden foi eleito, em 2020, começou por volta das 20h, horário de Brasília, em um pavilhão onde acontece a nova edição da Cúpula das Américas. Sob um histórico tenso, no qual Brasil foi o penúltimo país a parabenizar o democrata pela vitória, Bolsonaro já vinha tentando suavizar o clima.

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    Na saída do hotel, poucas horas antes do encontro, chegou a afirmar que o ex-presidente Donald Trump é passado e que “o presidente agora é Biden”.

    Durante abertura da reunião, Biden teceu elogios ao Brasil, citando justamente instituições eleitorais sólidas e dizendo que pretende tratar de questões de interesse comum com Bolsonaro.

    “Nós temos que ajudar a recuperação econômica e também a preocupação climática. Vocês tentam proteger a Amazônia, acho que o resto do mundo deveria ajudar a financiar essa preservação. Isso é uma responsabilidade muito grande”, declarou. “Nós temos que conectar nossos povos e estou ansioso para saber o que você pensa sobre isso. Gostaria de ouvir sua opinião e também levantar algumas questões de interesse mútuo.

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    Pouco depois, Bolsonaro falou brevemente, mas nenhum dos dois respondeu perguntas e, em seguida, a conversa seguiu a portas fechadas, sem presença da imprensa.

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    Sobre o tema ambiental, ponto de interesse do governo americano, o presidente brasileiro fez questão de afirmar que o Brasil é “um exemplo para o mundo na questão ambiental” e que o mundo “depende muito do Brasil” para sua sobrevivência.

    “Temos uma riqueza no coração do Brasil, a nossa Amazônia, que é maior que a Europa Ocidental. Por vezes nos sentimos ameaçados em nossa soberania naquela área, mas o Brasil preserva muito bem o seu território”, disse, apesar de críticas constantes de ambientalistas e dados recentes de desmatamento.

    Pouco após a eleição do democrata, os dois haviam se desentendimento publicamente sobre o tema. Em meio às falas de Biden de que o Brasil pode sofrer consequências econômicas caso não atue de forma mais firme para combater as queimadas e o desmatamento na Amazônia, Bolsonaro afirmou que “apenas pela diplomacia” não é possível chegar a um consenso.

    A comitiva americana teve participação do secretário de Estado, Antony Blinken, do conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e de outras autoridades encarregadas de relações com o Hemisfério Ocidental. Do lado brasileiro, participaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o embaixador nos EUA, Nestor Foster, além dos ministros da Justiça, Saúde e Meio Ambiente.

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