Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

A ‘jacindamania’ na Nova Zelândia: um jeito diferente de governar

Com uma eficiente ação contra a Covid-19, o arquipélago do Pacífico trouxe saudáveis ventos de modernidade na política

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h37 - Publicado em 24 dez 2020, 06h00

Enquanto velhas bandeiras nacionalistas se agitavam em vários cantos do planeta embaladas por populistas que teimam em não virar a página para o século XXI, veio da Nova Zelândia, o arquipélago do Pacífico que abriga 5 milhões de habitantes em situação de alto bem-­estar, saudáveis ventos de modernidade na política. À frente desse sopro de renovação está a primeira-ministra Jacinda Ardern, 40 anos, que se despregou da média ao duelar de forma transparente e incisiva com o novo coronavírus (ele ceifou 25 vidas em seu país), estilo que já havia empregado ao lidar com duas tragédias de grande repercussão: a matança encabeçada por um extremista de direita em duas mesquitas e a erupção de um vulcão em uma ilha turística. Sua popularidade sintetizou-se no vocábulo “jacindamania” e lhe rendeu a recondução ao cargo depois de seu partido, o Trabalhista, obter maioria absoluta nas eleições, um feito celebrado por seu ineditismo. Com um misto de firmeza e delicadeza, ela, que é sempre lembrada por ser a primeira líder mundial a levar seu bebê à Assembleia-Geral da ONU, disse certa vez, em frase que a resume bem: “Sou perfeitamente capaz de balançar um berço e administrar um país”.

Felizmente para o planeta, Jacinda não é estrela solitária na constelação de jovens mulheres de cunho progressista, que marcham com saltos firmes a favor das liberdades individuais — seja na liberação do aborto, seja na defesa do casamento gay — e fazem uso frequente das redes não para disparar ódio, mas para se conectar com seus governados. Nessa turma, que toma inspiração da veterana Angela Merkel, a chanceler alemã prestes a se aposentar, aparecem as chefes do Executivo de países europeus como Dinamarca, Noruega, Islândia e Finlândia. É nesse último que a mais nova primeira-ministra do mundo dá as cartas — Sanna Marin, de 35 anos. Como suas colegas de posto, ela é porta-voz radical do feminismo e das causas ecológicas e também se posicionou sem vacilos quando a pandemia chacoalhou o globo e pôs tudo do avesso. A existência desse tipo de governante, que acena ao povo longe da pompa, é a constatação concreta de que há espaço para um pragmatismo movido a sensibilidade no lugar da já tão esgarçada política tradicional.

Publicado em VEJA de 30 de dezembro de 2020, edição nº 2719

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.