A pedido do Canadá, Brasil envia ajuda para combate a incêndios florestais
Missão da Agência Brasileira de Cooperação vai durar em torno de um mês e vai contar com cerca de 104 especialistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou o envio de uma missão humanitária brasileira para apoiar o combate aos incêndios florestais que atingem o Canadá desde março deste ano. A medida, anunciada nesta quarta-feira, 19, foi um pedido do governo canadense ao Brasil.
A missão da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) vai durar em torno de um mês e vai contar com cerca de 104 especialistas em combate a incêndios florestais. Os especialistas devem atuar nas áreas mais afetadas do Canadá.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, seguindo uma medida legal do Canadá, as despesas do Brasil com o envio da missão humanitária vão reembolsadas pelo governo canadense, que também deve fornecer uma aeronave para o transporte dos especialistas brasileiros e de equipamentos.
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A partir de junho, os incêndios florestais começaram a se intensificar no Canadá, fazendo com que a grande parte da população tivesse que lidar com a má qualidade do ar na América do Norte. Até o momento, os incêndios recordes forçaram mais de 120 mil pessoas a deixar as suas casas e queimaram mais de 10 milhões de hectares, o que representa um aumento de 1.100% em relação à média de 10 anos.
No Canadá, a falta de bombeiros complicou ainda mais uma desafiadora temporada de incêndios florestais. Os voluntários representam cerca de 70% das equipes de combate a incêndios do país, desempenhando um papel central como socorristas em ambientes rurais.
Porém, eles também estão enfrentando uma crise crescente de exaustão física e mental. Enquanto isso, a mudança climática está produzindo incêndios mais quentes e mais rápidos, enquanto o despovoamento rural significa que há menos voluntários. Para referência, em 2016, 126 mil voluntários atuavam como bombeiros, mas esse número caiu para 90 mil no ano passado.
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Nos últimos dias, as equipes sofreram um baque moral depois que dois combatentes de incêndios florestais foram mortos em ação, com apenas dois dias de intervalo. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau , chamou a notícia de “desoladora”. O ministro de preparação para emergências, Bill Blair, também disse que as mortes são “um trágico lembrete” dos riscos que os bombeiros enfrentam no interior do Canadá.