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A uma semana de eleições, Johnson tropeça diante de avanço trabalhista

Vantagem do Partido Conservador para o seu principal adversário diminui, e premiê escapa de entrevistas à imprensa

Por Da Redação
Atualizado em 6 dez 2019, 18h06 - Publicado em 6 dez 2019, 17h19

A menos de uma semana das eleições no Reino Unido, a vantagem do Partido Conservador, do atual primeiro-ministro Boris Johnson, sobre o Partido Trabalhista vem diminuindo, segundo as principais pesquisas do país.

Uma pesquisa da consultoria Opinium publicada em 1 de novembro, três dias após o anúncio sobre a realização das eleições, mostrava os conservadores com 42% das intenções de voto, contra 26% dos trabalhistas –  uma diferença de 16 pontos. Em uma enquete mais recente, divulgada nesta sexta-feira, 6, o instituto Panelbase constatou que a diferença caiu para 9 pontos.

As eleições de 12 de dezembro podem ser decisivas para o futuro do Reino Unido e, especialmente, para o processo do Brexit. Johnson promete retirar o país da União Europeia (UE) o quanto antes, caso seja reeleito.

Já seu principal adversário, o líder trabalhista Jeremy Corbyn, promete que, se chegar ao poder, negociará um novo acordo de retirada com Bruxelas e o sujeitará a um plebiscito. O referendo incluiria, segundo ele, a possibilidade de anular totalmente o Brexit.

Disputa em casa

Além de fazer campanha pela vitória do Partido Conservador nas urnas, Johnson ainda enfrenta um desafio pessoal. No Reino Unido, cada membro do Parlamento compete por uma vaga de acordo com o distrito em que está registrado. Por isso, o premiê precisa reconquistar seu assento como parlamentar por Uxbridge, um subúrbio do noroeste de Londres, para garantir sua continuidade na Casa.

Porém, o distrito de Johnson já não é um lugar tão garantido para os conservadores quanto foi uma década atrás. Na última eleição geral, em 2017, Johnson venceu sua disputa por apenas 5.034 votos. Se os trabalhistas conseguirem mudar os votos de apenas 5% do eleitorado, o primeiro-ministro pode enfrentar problemas.

O adversário de Johnson na disputa pelo distrito de Uxbridge e South Ruislip é o trabalhista Ali Milani, de 25 anos. O jovem muçulmano é morador do subúrbio – ao contrário de Johnson, que apenas faz visitas ocasionais por lá – e afirma que sua proximidade com os moradores é uma vantagem.

“Aqui, temos o poder de deter Boris Johnson”, disse Milani em uma entrevista ao jornal The Washington Post em novembro.

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Ali Milani faz campanha no subúrbio de Uxbridge e South Ruislip (Twitter/Reprodução)

Uma pesquisa do instituto YouGov estimou que Johnson pode ganhar com 50% dos votos, contra 37% do trabalhista. Ainda assim, um crescimento nas tendências mais progressistas foi identificado na região, o que pode tornar a corrida mais apertada.

Caso Johnson perca sua vaga como deputado por Uxbridge, ele pode ser obrigado a abrir mão do cargo de primeiro-ministro, mesmo que os conservadores vençam. O cenário, contudo, não é claro, já que nunca na história do Reino Unido um premiê perdeu seu assento em uma eleição.

‘Fujão’

Nesta sexta, Boris Johnson recebeu críticas por ter se negado a dar entrevista marcada à emissora BBC. Nas últimas semanas, líderes de outros quatro partidos se submeteram às incômodas perguntas do jornalista Andrew Neil, mas o conservador se recusou a comparecer.

“A cada eleição”, os principais candidatos aceitaram o convite, afirmou o entrevistador. “Todos eles. Até agora”, lamentou, acusando Johnson de ter se esquivado. Neil disse ter convidado Johnson para falar sobre “confiança”, já que seus críticos sempre o acusam de mentir.

Também nesta sexta, o premiê cancelou um comício que estava marcado para acontecer em um pub em Kent, no sudeste da Inglaterra, depois que manifestantes que protestavam contra seu governo se reuniram no bar.

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Segundo a BBC, o grupo de ativistas era pequeno, mas mesmo assim o evento foi cancelado. De acordo com o Partido Conservador, a decisão foi tomada por “motivos logísticos”.

Oposição

Nesta sexta, em um ato em Londres, Corbyn afirmou que o premiê omite as consequências econômicas reais de seu acordo do Brexit com a União Europeia. O trabalhista garantiu ter provas de que Johnson “engana o povo deliberadamente”.

Corbyn distribuiu um documento de 15 páginas, com o logo do Ministério das Finanças e as menções “oficial” e “confidencial”. Segundo ele, isso prova que haveria trâmites aduaneiros e controles de segurança entre a ilha da Grã-Bretanha e a província britânica da Irlanda do Norte, o que contradiz a versão oficial de Johnson de que não haverá fronteira no Mar da Irlanda.

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Esse informe confidencial “desmonta as mentiras que Boris Johnson tenta propagar”, afirmou Corbyn. Juntos, Irlanda do Norte e os países da ilha da Grã-Bretanha -Inglaterra, Escócia e País de Gales- formam o Reino Unido.

O trabalhista então lançou à população: “Perguntem-se: se esconderam este relatório, o que mais estão escondendo? Como vão enganar vocês?”.

Em Kent, Johnson chamou as acusações do trabalhista de “completa bobagem”. “Este documento vazado é uma avaliação rápida, não uma análise detalhada do acordo, e faltam pontos-chave”, declarou seu partido, em um comunicado.

Em relação ao programa de televisão de Neil, Johnson afirmou: muita “gente diria que sou o único primeiro-ministro que fez não um, mas dois debates cara a cara esta noite, e deu 118 entrevistas”. “Não podemos acomodar todo mundo”, desconversou.

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(Com Reuters)

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