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Abbas não vai receber vice americano após decisão sobre Jerusalém

O papa Teodoro II, da igreja ortodoxa copta do Egito, também cancelou um encontro com o vice-presidente americano previsto para dezembro no Cairo

Por AFP 9 dez 2017, 17h56
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  • O presidente palestino Mahmud Abbas anunciou neste sábado que não receberá o vice-presidente americano Mike Pence, depois que Washington reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Pence visitará a região nas próximas semanas. A decisão dos EUA provocou confrontos nos territórios palestinos, que deixaram quatro mortos.

    Dois palestinos morreram neste sábado em um ataque aéreo israelense em represália aos disparos de foguete a partir da Faixa de Gaza. O incidente aconteceu um dia depois da advertência da ONU contra uma “escalada da violência” após a polêmica decisão de Donald Trump sobre Jerusalém.

    Outros dois palestinos faleceram na sexta-feira, durante o chamado “dia da ira” em Jerusalém, Cisjordânia ocupada e Gaza, quando milhares de palestinos enfrentaram soldados e policiais israelenses. Os confrontos também deixaram dezenas de feridos.

    “Não vai acontecer um encontro com o vice-presidente americano na Palestina”, disse à AFP Majdi al-Jalidi, conselheiro diplomático de Abbas. “Com esta decisão sobre Jerusalém, o governo dos Estados Unidos ultrapassou todas as linhas vermelhas”, destacou o conselheiro.

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    O papa Teodoro II, da igreja ortodoxa copta do Egito, também cancelou um encontro com o vice-presidente americano previsto para dezembro no Cairo, alegando que a decisão de Washington “despreza os sentimentos de milhões de árabes”.

    Pedras na Cisjordânia

    Na Cisjordânia, território palestino ocupado pelo exército israelense há 50 anos, manifestantes voltaram a enfrentar na manhã de sábado os soldados israelenses em Belém. Jovens palestinos atiraram pedras contra os militares, que responderam com gás lacrimogêneo.

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    Na Faixa de Gaza, os moradores do território expressaram sua revolta durante os funerais dos dois palestinos mortos na sexta-feira, assim como durante as homenagens aos dois falecidos neste sábado.

    Em um comunicado, o exército israelense informou que bombardeou várias vezes durante a madrugada de sábado alvos “militares” na Faixa de Gaza em represália aos foguetes lançados na sexta-feira a partir deste território.

    “Em resposta aos disparos de foguetes contra o sul de Israel na sexta-feira, a aviação apontou contra quatro estruturas da organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”, afirma a nota.

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    Manifestações e críticas

    A situação é uma consequência da decisão unilateral do presidente americano Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o que também provocou várias manifestações em diversos países muçulmanos, assim como duras críticas da comunidade internacional.

    Jerusalém e a Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islã, também venerado pelos judeus como o Monte do Templo, cristalizam as tensões entre israelenses e palestinos.

    Israel ampliou seu controle à parte leste de Jerusalém em 1967 e a anexou para proclamar depois toda a cidade como sua capital, o que a comunidade internacional nunca reconheceu.

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    Os palestinos desejam fazer de Jerusalém Oriental a capital do estado que aspiram.

    Em solidariedade com os palestinos, dezenas de milhares de pessoas protestaram em vários países contra a iniciativa de Trump, aplaudida, no entanto, pela classe política israelense.

    A mobilização árabe, que até o momento não é tão grande, alimenta o temor de que Trump pode ter provocado a abertura da caixa de Pandora.

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    A ONU está “muito preocupada com os riscos de uma escalada de violência” na região, afirmou o coordenador especial da ONU para a paz no Oriente Médio, Nikolai Mladenov.

    A decisão de Trump “não favorece a perspectiva de paz na região e não está de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança”, afirmaram os embaixadores da França, Reino Unido, Itália, Suécia e Alemanha na ONU.

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