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Acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza está ‘nas mãos do Hamas’, diz Biden

Proposta garantiria trégua de 40 dias nas hostilidades entre Hamas e Israel antes do início do Ramadã, mês sagrado para muçulmanos, em 10 de março

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h38 - Publicado em 5 mar 2024, 18h02
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  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira, 5, que um novo cessar-fogo na Faixa de Gaza depende da aprovação do grupo palestino radical Hamas, à medida que as negociações entre os militantes e as delegações do Catar e do Egito chegam ao terceiro dia. A proposta garantiria uma trégua de 40 dias nas hostilidades entre Hamas e Israel antes do início do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, em 10 de março.

    “Está nas mãos do Hamas neste momento. Os israelenses têm cooperado. Houve uma oferta racional”, disse. “Se chegarmos à circunstância de que [os combates] continuem até o Ramadã… Será muito perigoso.”

    O democrata também defendeu a importância de “levar mais ajuda a Gaza” e instou Israel – a quem destinou apoio “sólido e inabalável” no início do confronto – a aliviar o desastre humanitário no pequeno estreito palestino, que soma mais de 30 mil vítimas desde o início da guerra, em 7 de outubro. Estima-se que cerca de 1.100 israelenses foram mortos.

    O potencial trato prevê, ainda, a libertação de parte dos reféns mantidos pelos combatentes e o aumento do envio de ajuda humanitária aos civis, de forma a amenizar a fome que assola a região. Para que o acordo seja firmado, o Hamas precisaria fornecer uma lista de todas as pessoas mantidas em cativeiro – pedido rejeitado pelo grupo, que alegou não ter certeza de quantas delas permanecem vivas ” devido aos bombardeios ou pela fome”.

    Em Gaza, 95% das famílias reduziram a quantidade e a frequência das refeições – parte das crianças pequenas, inclusive, está parando de receber alimentos. Desesperados, alguns pais oferecem ração animal aos filhos em uma tentativa mantê-los vivos. Quase 16% das crianças com menos de dois anos de idade estavam desnutridas ou definhando no norte de Gaza, acrescentou um relatório de janeiro emitido pelas Nações Unidas.

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    + A dias do Ramadã, negociação para cessar-fogo em Gaza não registra avanço

    Hamas x Israel: o que demandam?

    Os militantes exigem o fim das operações militares israelenses na Faixa, a retirada total das tropas inimigas e o retorno dos moradores aos seus devidos lares. Em Beirute, Osama Hamdan, oficial do Hamas, reforçou a informação e destacou que a troca de prisioneiros – assim como no último e único cessar-fogo, detentos palestinos também seriam libertados das penitenciárias israelenses – só seria possível em meio à pausa dos combates.

    O grupo radical acusa os Estados Unidos de desviar a culpa de Israel caso as negociações não avancem. Em entrevista à agência de notícias Reuters, Bassem Naim, membro do alto escalão do Hamas, informou que o grupo redigiu uma proposta à parte, que estava aguardando o parecer de Tel Aviv, que parece não ceder, e disse: “a bola agora está no campo dos americanos.”

    Do outro lado da moeda, Israel deseja uma pausa nos combates para retirar os reféns de Gaza. Mas Netanyahu já sinalizou que não há razão para crer que a guerra chegará ao fim antes do Hamas ser “eliminado”.

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