O CEO da Disney, Bob Iger , afirmou nesta quinta-feira, 13, que busca evitar as famigeradas “guerras culturais”, no entanto, continua a resistir aos críticos de direita que alegam que a companhia tem adicionado conteúdo sexual e inapropriado em sua programação. Segundo ele, essas acusações não têm fundamento.
“A noção de que a Disney está de alguma forma sexualizando crianças é absurda e imprecisa”, comentou Iger em entrevista à CNBC na quinta-feira.
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A Disney ainda está na mira de alguns políticos republicanos, como o pré-candidato presidencial e governador da Flórid. Ron DeSantis. Há mais de um ano DeSantis trava uma batalha contra a companhia e, em março, comentou que ela adiciona muita “sexualidade à programação para crianças pequenas”. A fala teve grande repercussão e até o ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, conhecido por ser apoiador de carteirinha do ex-presidente americano Donald Trump, afirmou que a Disney tem “uma agenda sexual para crianças de seis anos”.
Os ataques contra a Disney se iniciaram com força total em março de 2022, quando a empresa de entretenimento se manifestou contra a lei da Flórida que proíbe as escolas de ensinarem sobre orientação sexual e identidade de gênero até a terceira série. A medida foi extremamente contrariada pela oposição que apelidou a lei de “Don’t Say Gay” (“Não diga gay, em português”).
Desde este embate, a Flórida e a Disney estão envolvidas em uma batalha legal pelo controle do distrito tributário especial que inclui a Disney World, o parque temático da empresa. Para piorar a situação da Disney, De Santis começou a fazer diversos ataques verbais e legais contra a gigante do entretenimento.
Nesta quinta-feira, Iger afirmou que a empresa exerce seu direito de liberdade de expressão – qualidade constitucionalmente protegida por lei – quando se manifestou contra a política do governador. Entretanto, o atual CEO admitiu que o seu antecessor, Bob Chapek, que deixou o cargo em dezembro de 2022, não soube lidar bem com a controvérsia.
Em meio à onda de ataques da direita, Iger aproveitou para comentar sobre o ato que ocorreu no mês passado e reuniu manifestantes com bandeiras nazistas do lado de fora da Disney World. De acordo com ele, a atitude foi simplesmente “horrível”.
“É preocupante para mim que alguém encoraje um nível de intolerância – ou mesmo ódio – que pode se tornar uma ação perigosa”, reiterou.
O CEO reforçou que o foco da empresa continua sendo em contar histórias e não se envolver em uma guerra contra a mídia e políticos de direita. Além disso, Iger afirmou que a empresa vai ter um pensamento “expansivo” sobre o futuro de suas redes de TV, reconhecendo que a venda continua sendo uma opção.
Para ele, Disney precisa ter uma “mente aberta” e “objetiva” sobre os próximos passos do negócio, afirmando que estas redes podem não ser “essenciais” para a empresa. Atualmente, a Disney tem diversos canais de TV, como a ABC, FX, National Geographic e Freeform.
Em meio a confrontos na Flórida, a Disney aumentou investimentos em seus parques na Califórnia, segundo informações divulgadas na terça-feira 11, pelo jornal britânico The Guardian. De acordo com analistas ouvidos pelo veículo, os californianos estariam sendo beneficiados pelo clima hostil.
Em maio, a gigante do entretenimento cancelou um projeto de US$ 1 bilhão para construir escritórios e realocar 2.000 funcionários para Orlando, bem como fechou um hotel de Star Wars em um dos parque no estado. Em contrapartida, fortes investimentos foram direcionados para a Califórnia, incluindo um projeto que gerará até US$ 253 milhões anuais e 2.200 novos empregos.