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Acusada de conspiração para matar presidente, vice das Filipinas sofre impeachment

Sara Duterte também enfrenta alegações de corrupção e leniência com a China em disputas territoriais; ela e Ferdinand Marcos Jr. já passavam por cisão política

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 fev 2025, 09h12

A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, sofreu um impeachment na quarta-feira 5 por uma série de acusações que incluem conspiração para assassinar o presidente, Ferdinand Marcos Jr., bem como corrupção em grande escala e leniência com Pequim em meio a disputas territoriais no Mar da China Meridional.

A decisão da Câmara dos Deputados, onde muitos são aliados de Marcos Jr., é o mais recente capítulo de uma amarga cisão política entre os dois principais líderes de uma das democracias mais turbulentas da Ásia. Pelo menos 215 membros da casa baixa do Congresso, muito mais do que o mínimo necessário, votaram a favor da moção, que agora vai ao Senado.

Entre os signatários do impeachment estava o filho do presidente, o deputado Sandro Marcos. A petição instou o Senado a atuar como um tribunal para julgar a vice-presidente, “proferir uma condenação”, removê-la do cargo e proibi-la de ocupar cargos públicos.

“A conduta de Duterte ao longo de seu mandato demonstra claramente uma grande infidelidade contra a confiança pública e um abuso tirânico de poder que, em conjunto, demonstra sua grande inaptidão para ocupar cargos públicos e sua infidelidade às leis e à Constituição de 1987”, disse a queixa.

Dinastias políticas

Sara Duterte não fez comentários sobre o episódio, mas seu irmão, o deputado Paolo Duterte, disse que trata-se de “um claro ato de perseguição política”. Legisladores rivais fizeram manobras para coletar assinaturas rapidamente e levar um “caso de impeachment sem fundamento” ao Senado, acrescentou.

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A vice-presidente filipina fez diversas acusações contra Marcos, sua esposa e seu primo – o presidente da Câmara, Martin Romualdez – por corrupção e falta de liderança, além de dizer que seu colega de chapa tentou enterrar sua carreira política devido à especulação de que ela pode concorrer à Presidência em 2028, após o término do mandato de seis anos do líder atual.

Tanto Duterte quanto o presidente Ferdinand Marcos Jr. (como sugere o “Jr.”) são herdeiros de dinastias políticas das Filipinas. Após ser eleito em 2022, ele reforçou os laços de defesa com os Estados Unidos, uma cisão com o governo do pai de sua vice, o ex-presidente Rodrigo Duterte, que cultivou relações com a China e a Rússia.

Duterte concorreu ao lado de Marcos em 2022 com “unificação” como palavra de ordem no país sul-asiático profundamente dividido. Ambos são descendentes de populistas acusados ​​de violações de direitos humanos, mas suas fortes bases eleitorais se combinaram para dar-lhes uma vitória esmagadora.

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Marcos é filho e homônimo do falecido ditador deposto em uma revolta pró-democracia em 1986. O pai da vice-presidente, antecessor do governo atual, liderou uma repressão mortal contra as drogas, que está sendo investigada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), corte das Nações Unidas em Haia, como um possível crime contra a humanidade.

Cisão política

A aliança da campanha, porém, rapidamente se desgastou quando a chapa assumiu o cargo.

A queixa de impeachment contra a vice-presidente se concentrou em uma ameaça de morte que ela teria feito contra Marcos, sua esposa e o presidente da Câmara no ano passado, além de supostas irregularidades no uso dos fundos de inteligência de seu gabinete e acusações de falha em enfrentar a pressão chinesa no disputado Mar da China Meridional.

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Em uma coletiva de imprensa virtual em 23 de novembro do ano passado, Duterte disse que havia contratado um assassino para matar Marcos, a esposa e Romualdez caso ela fosse assassinada primeiro, algo que alertou não se tratar de uma piada. Mais tarde, porém, afirmou que não o estava ameaçando, apenas expressando preocupação com sua própria segurança. Mesmo assim, suas declarações desencadearam uma investigação e preocupações com a segurança nacional.

Fora isso, uma investigação da Câmara que durou meses gerou acusações de corrupção. Segundo as autoridades, a vice-presidente fez uso indevido de 612,5 milhões de pesos filipinos (mais de R$ 61 milhões) de fundos do serviço de inteligência recebidos por seus escritórios (além de vice, ela é secretária de Educação). Desde então, as diferenças políticas com Marcos se aprofundaram e ela deixou o Departamento de Educação.

Duterte também foi acusada de enriquecimento ilícito e recusa em declarar sua fortuna conforme exigido por lei.

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