Dois homens que ajudaram a administrar o popular site de pirataria Megaupload, Mathias Ortmann e Bram van der Kolk, foram condenados nesta quinta-feira, 15, em tribunal da Nova Zelândia a mais de dois anos de prisão, encerrando uma batalha legal de 11 anos.
Para evitar que a dupla fosse extraditada para os Estados Unidos por acusações ainda mais graves, como extorsão, eles fecharam um acordo com os promotores da Nova Zelândia e se declararam culpados por fazer parte de um grupo criminoso que fazia artistas perderem dinheiro.
Ao mesmo tempo, o fundador do site, Kim Dotcom, continua a lutar contra as acusações dos promotores americanos e é ameaçado de extradição. Ele afirmou que espera que seus ex-colegas testemunhem contra ele como parte do acordo que fecharam.
Segundo os promotores dos EUA, o Megaupload arrecadou pelo menos US$ 175 milhões de pessoas que usavam o site para baixar músicas, programas de televisão, filmes e outros arquivos de forma ilegal. No entanto, a plataforma fechou no início de 2012, quando o FBI prendeu Dotcom e outros funcionários.
Ortmann foi condenado a 2 anos e 7 meses, enquanto van der Kolk foi condenado a 2 anos e 6 meses. Cada um deles enfrentou uma sentença máxima de 10 anos de prisão, no entanto, eles argumentaram que deveriam ser autorizados a cumprir as sentenças em prisão domiciliar.
Por motivos humanitários, a juíza neozelandesa Sally Fitzgerald tomou a decisão incomum de permitir que os dois homens atrasassem o cumprimento de suas sentenças até agosto, já que Ortmann espera o nascimento de seu filho e a mãe de van der Kolk está doente.
De acordo com a juíza, embora as vítimas do Megaupload incluíssem ricas empresas multinacionais de cinema e música, também incluíam pequenas empresas como uma empresa de software da Nova Zelândia. Nesta quinta-feira, o fundador do site afirmou que as sentenças equivalem a um “tapa no pulso” e que mostra o desespero dos promotores americanos com o caso. Além disso, os dois homens vão poder entrar com recurso de liberdade condicional após 10 meses.
“Eles cumprirão menos de um ano em vez dos 185 anos pelos quais fomos acusados”, twittou Dotcom. “Bom para eles.”
Após a prisão em 2012, Dotcom e os outros dois homens criaram um site legítimo de armazenamento em nuvem chamado Mega. No entanto, após um desentendimento com os outros dois homens, ele vendeu sua participação na empresa.