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Agência israelense aponta Netanyahu como culpado parcial por ataque do Hamas

Shin Bet diz que governo desconsiderou alertas da inteligência sobre planos de atentado e que certas políticas podem ter encorajado o episódio em 7/10

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 mar 2025, 09h58

O Shin Bet, serviço de segurança doméstica de Israel, divulgou um relatório na noite de terça-feira 4 em que atribuiu ao governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, responsabilidade parcial pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deram início à guerra em Gaza. Segundo o texto, certas políticas públicas teriam permitido que o grupo terrorista palestino acumulasse armas, coletasse fundos e ganhasse apoio.

As conclusões do Shin Bet foram publicadas dias após uma investigação semelhante do Exército israelense descobrir que oficiais de alta patente subestimaram o Hamas e interpretaram mal os primeiros avisos de que um grande atentado estava à espreita. O relatório divulgado na terça-feira, embora não tenha revelado boa parte do material secreto analisado, também deixou claros os lapsos do próprio Shin Bet.

Ignorar sinais

Planos para um ataque do Hamas contra comunidades no sul de Israel chegaram às mesas de agentes de inteligência primeiro em 2018, e novamente em 2022, segundo o relatório. O Shin Bet, porém, não tratou os avisos como uma ameaça significativa, portanto não os incluiu em cenários que exploravam confrontos possíveis com o grupo palestino.

Após a investigação, a agência reconheceu que não respondeu adequadamente às indicações de planos de ataque. O Shin Bet também disse que falhou em se coordenar com o Exército e estabelecer uma cadeia clara de responsabilidade. “Este não é o padrão que esperávamos de nós mesmos e do público”, afirmou o órgão.

Cerca de 1.200 israelenses foram mortos naquele dia e cerca de 250 pessoas foram feitas reféns, dando início à guerra na Faixa de Gaza.

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Políticas falhas

Ao mesmo tempo, o relatório diferiu da recente investigação milita ao apontar diretamente as políticas de governo como fatores contribuintes para o ataque. O Shin Bet avaliou que a gestão de Netanyahu permitiu que o Hamas acumulasse armas e arrecadasse dinheiro para sua ala militar por meio do Catar, onde vivem muitos de seus oficiais de alta patente. Criticou ainda a relutância do governo em empreender iniciativas “ofensivas”, incluindo alvejar líderes do Hamas em Gaza.

A agência também questionou a forma com que detentos palestinos são tratados em prisões de Israel e citou “a percepção de que a sociedade israelense enfraqueceu”. Antes do ataque de 7 de outubro, Netanyahu chocou o país ao apresentar uma reforma judicial que reduziria a independência de tribunais, desencadeando protestos em massa. Muitos israelenses atribuem à agitação doméstica um fator que encorajou os ataques terroristas, e por isso também culpam o premiê.

Falta de responsabilização

O governo Netanyahu resistiu a revisões independentes dos eventos que levaram ao dia mais mortal da história de Israel. Ignorando demandas públicas por uma comissão de inquérito, permitiu apenas que cada instituição de segurança do país se autoinvestigasse. Na segunda-feira, durante debate no Parlamento, Bibi sugeriu que um inquérito inevitavelmente geraria descobertas tendenciosas com objetivo de atingi-lo politicamente.

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A resistência do primeiro-ministro a um inquérito – bem como aos pedidos de renúncia – contrasta com a postura de outras autoridades israelenses.

O chefe do Estado-Maior Militar, o tenente-general Herzi Halevi, renunciou ao cargo após assumir a responsabilidade pelo que chamou de “terrível fracasso” em impedir o ataque do Hamas. O chefe do Shin Bet, Ronen Bar, disse à mídia israelense na terça-feira que não pretendia renunciar até que todos os reféns capturados retornem às suas casas, mas reconheceu que o atentado de 7 de outubro poderia ter sido evitado.

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