Agências de segurança acusam China de espionagem hacker contra EUA
Conjunto de hackers teria adquirido informações sigilosas sobre três bases militares americanas na ilha de Guam, no Pacífico
A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura dos Estados Unidos (CISA) acusou nesta quinta-feira, 25, a China de ter contratado um grupo hacker para espionar americanos. Produzido em parceria com instituições dos “Five Eyes” (Cinco olhos, em português), acordo de cooperação de inteligência entre Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália, o relatório afirma que o caso seria a maior operação de espionagem já registrada no país.
O conjunto de hackers, nomeado “Volt Typhoon” e ativo desde 2021, teria adquirido informações sigilosas sobre três bases militares americanas na ilha de Guam, no Pacífico, de acordo um relatório também divulgado pela Microsoft. A região seria decisiva em um possível ataque chinês a Taiwan, como tentativa de Pequim de retomar o controle do que considera uma província rebelde.
A operação teria procurado, ainda, “interromper a infraestrutura crítica de comunicação entre os Estados Unidos e a região da Ásia durante crises futuras”. Para burlar os sistemas de segurança americanos, os invasores chineses empregaram a estratégia conhecida como “viver da terra”, na qual “ferramentas de administração de rede integradas para realizar seus objetivos”, sem deixar rastros, segundo a empresa Australian Signals Directorate’s Australian Cyber Security Center.
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Além das bases americanas, os hackers também captaram informações nos setores de comunicação, construção, educação, manufatura e transporte, bem como de dados governamentais e marítimos.
“O comportamento observado sugere que o agente da ameaça pretende realizar espionagem e manter o acesso sem ser detectado por tanto tempo tanto tempo quanto possível”, aponta o documento.
Em resposta, o porta-voz da Chancelaria chinesa, Mao Ning, alegou que os Estados Unidos estão integrando uma campanha de desinformação generalizada e que o autores de iniciativas de espionagem seriam as próprias autoridades americanas.
“Não importa a variedade dos métodos usados, nenhum deles consegue mudar o fato de que os EUA são o império dos hackers”, disse Ning.