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Ajuda a refugiados sofrerá ‘cortes severos’ sem doações imediatas, diz ONU

Chefe da agência das Nações Unidas para refugiados alertou que situação pode levar a deterioração ainda maior em algumas das regiões mais pobres do mundo

Por Da Redação Atualizado em 10 out 2022, 14h18 - Publicado em 10 out 2022, 14h11

O chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, disse nesta segunda-feira, 10, que a agência precisa fazer “cortes severos” caso não obtenha financiamento extra em breve, alertando que a situação pode levar a uma deterioração ainda maior de algumas das regiões mais pobres do mundo.

A guerra na Ucrânia, que fez com que o número de refugiados chegasse a 100 milhões em todo o planeta, juntamente com a crise em andamento no Afeganistão, inundações no Paquistão e a violência em Camarões fez com que o orçamento do ACNUR aumentasse para quase 11 bilhões de dólares, o equivalente a 57,3 bilhões de reais, um recorde.

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“Lamento informá-los que, pela primeira vez durante meu mandato, estou preocupado com a situação financeira da agência”, disse Grandi, em um discurso aos representantes dos países membros em Genebra.

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Segundo ele, “se o ACNUR não receber pelo menos mais 700 milhões de dólares (3,6 bilhões de reais), especialmente para as operações mais sub financiadas, entre agora e o final deste ano, seremos forçados a fazer cortes severos com consequências negativas e às vezes dramáticas para refugiados e comunidades anfitriãs”. 

Os Estados Unidos são de longe os maiores doadores, já tendo contribuído com mais de 2 bilhões de dólares (10,4 bilhões de reais) apenas neste ano. Mesmo com o investimento, 12 programas da agência estão com menos de 50% do financiamento necessário, de acordo com um porta-voz. Ainda de acordo com ele, há preocupações particulares com o Oriente Médio, Iêmen e Etiópia. 

“Tememos que as consequências dos cortes sejam de longo alcance, que vão desde o aumento das taxas de desnutrição, até o aumento dos riscos de crescimento da violência de gênero, casamento infantil, exploração do trabalho, aumento das tensões e agitação nas comunidades locais devido à escassez de recursos e assim por diante”, disse.

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No mesmo discurso, Grandi expressou preocupação também com o impacto do inverno do hemisfério norte em cerca de 6,2 milhões de pessoas que se deslocaram internamente na Ucrânia, principalmente idosos e deficientes, que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. 

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