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Caminhões de ajuda humanitária entram na Faixa de Gaza pelo Egito

Cerca de cem veículos com mantimentos aguardavam na passagem de Rafah, mas apenas vinte cruzaram o corredor

Por Da Redação Atualizado em 21 out 2023, 08h25 - Publicado em 20 out 2023, 21h17

A entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza começou a ocorrer na manhã deste sábado, segundo autoridades palestinas. Cerca de cem veículos com mantimentos aguardavam na passagem de Rafah, no Egito, mas apenas vinte cruzaram o corredor, que voltou a ser fechado.

De acordo com a embaixada norte-americana, a passagem de estrangeiros de Gaza para o Egito deve ser autorizada.

Em comunicado neste sábado, o chefe humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Griffiths, disse que o comboio de vinte caminhões que entrou na Faixa de Gaza por Rafah leva suprimentos vitais fornecidos pela Cruz vermelha egípcia e pelas Nações Unidas. Griffiths afirmou que a situação humanitária na região atingiu “níveis catastróficos” e que o comboio deste sábado “não deve ser o último”. “A população de Gaza suportou décadas de sofrimento. A comunidade internacional não pode continuar a falhar com eles”, completou.

Enquanto os primeiros suprimentos de ajuda humanitária chegam em uma região que hoje contabiliza pelo menos 4.137 palestinos mortos e aproximadamente 13.000 feridos, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, visitou a fronteira israelense ao norte para reuniões com oficiais de brigada e afirmou que “grandes desafios estão pela frente” depois que o grupo extremista libanês Hezbollah atacou vários postos do exército de Israel ao longo da fronteira na quarta-feira, 18, e lançou nove foguetes em direção ao território israelense.

“Exatamente duas semanas atrás, uma guerra foi travada contra nós pelo Hamas no sul”, disse Gallant. “A intenção desta guerra era matar, sequestrar, estuprar e prejudicar crianças, sobreviventes do Holocausto e mulheres. O dia do ataque será lembrado como o dia em que começou a obliteração final do Hamas”, declarou. Do lado israelense, são pelo menos 1.300 mortos desde o dia 7 de outubro.

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Cerco a Gaza

O governo de Israel bloqueou o fornecimento de água, alimentos, eletricidade e combustível a Gaza dois dias depois do início da guerra. No último domingo, contudo, decidiu liberar o fornecimento de água. Nesta semana, Biden se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Tel Aviv e costurou a autorização para o envio de ajuda à região.

Em comunicado, o gabinete do premiê israelense disse que, desde que os fornecimentos não cheguem ao Hamas, “não impedirá” a entrada de alimentos, água e medicamentos. A mensagem não cita, no entanto, combustível, utilizado para abastecer os geradores de hospitais no local. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou para que o suprimento também entre em Gaza.

“O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, afirmou em coletiva de imprensa.

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Esta é a primeira vez que os habitantes da Faixa recebem auxílio internacional desde o início do conflito Israel-Hamas, em 7 de outubro. Na última segunda, a OMS informou que Gaza tinha apenas 24 horas restantes de provisão de água potável para a população, escalando o problema humanitário na região.

Biden enfatizou que a abertura seria restrita à ajuda humanitária, barrando evacuações de civis. Até o anúncio de Biden, o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, se mostrou relutante com a possibilidade do aumento do fluxo de refugiados palestinos em direção ao país no momento em que a passagem fosse autorizada. Ele, contudo, foi pressionado por diferentes governos, como o do Brasil, para a abertura de um corredor humanitário.

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