Alemanha está preparada para escalada da guerra na Ucrânia, diz premiê
A fala do chanceler alemão vem após o acordo de defesa aérea feito com a Polônia na segunda-feira, em resposta a um acidente com um míssil na região
O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, disse nesta terça-feira, 22, que o país está pronto para uma escalada na guerra na Ucrânia, destacando que sua viagem à China, no início deste mês, valeu a pena por esclarecer a posição conjunta dos dois países contra o uso de armas nucleares.
“Em vista do desenvolvimento da guerra e dos fracassos visíveis e crescentes da Rússia, devemos estar prontos para uma escalada”, Scholz afirmou em uma conferência em Berlim organizada pelo jornal alemão Sueddeutsche Zeitung.
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O premiê também disse que o fundo de defesa de 100 bilhões de euros, anunciado uma semana após a invasão da Rússia, relembrou ao país a importância de aumentar os estoques do exército alemão. A fala do chanceler vem após um acordo feito com Polônia, na segunda-feira 21, para fornecer sistemas de defesa aérea ao país.
A ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, disse em entrevista à imprensa local que o país se oferecia para ajudar a Polônia a proteger seu espaço aéreo com sistemas de defesa aérea e jatos de fabricação alemã. Em resposta, o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak, disse que queria discutir sobre a instalação de sistemas de defesa aérea adicionais com as autoridades alemãs, para proteger sua fronteira com Ucrânia.
As preocupações do governo polonês aumentaram desde a última terça-feira 15, quando fragmentos de mísseis causaram uma explosão que terminou com a morte de duas pessoas na fronteira polonesa, perto do vilarejo de Przewodow.
Na época, a Polônia acusou a Rússia pelo incidente, mas a possibilidade já foi descartada pela aliança militar Otan e pela própria Polônia. Após investigação, concluiu-se que os fragmentos vieram de um míssil perdido do sistema de defesa ucraniano.
A Alemanha já fornece ajuda militar para membros da Otan na Europa Oriental. Apesar de fazer isso desde o início da guerra, em fevereiro, ela e outros países da aliança militar seguem relutantes em fornecer o sistema de defesa Patriot devido ao seu longo alcance, que pode ser utilizado para atingir alvos em território russo.