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Aliado de Trump, Orbán vai na contramão da Europa no caso de apoio à Ucrânia

Primeiro-ministro da Hungria, referência do clube dos autocratas, diz que financiar segurança de Kiev vai 'arruinar' o continente

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO 7 mar 2025, 09h27

Hungary's Prime Minister Viktor Orban looks on ahead of the Special European Council to discuss continued support for Ukraine and European defence at the EU headquarters in Brussels on March 6, 2025. European Union leaders hold emergency talks in Brussels gathering as the Trump administration upends traditional alliances and retracts wartime backing of Ukraine. The summit brings all 27 EU leaders together for the first time since the explosive meeting between US and Ukraine presidents on February 28, 2025, with US military aid and intelligence sharing since suspended. (Photo by NICOLAS TUCAT / AFP) — O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, comparece a reunião emergencial da UE para discutir apoio à Ucrânia e um plano de defesa europeia, em Bruxelas. 06/03/2025 - (Nicolas Tucat/AFP)

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou nesta sexta-feira, 7, que a União Europeia não pode financiar os esforços militares da Ucrânia porque isso “arruinaria” o continente em um cenário em que a ajuda financeira dos Estados Unidos não é mais garantida. A fala veio depois de uma cúpula emergencial sobre o apoio a Kiev e um plano multimilionário de segurança para a Europa, cuja declaração final dos líderes não teve a assinatura do húngaro.

Orbán, aliado de primeira linha do presidente americano, Donald Trump, que também cultiva laços com Moscou, também disse à rádio estatal que seu governo lançaria uma “consulta pública” doméstica sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia nas próximas semanas. Este é um dos únicos objetivos ucranianos que a Rússia não vetou inicialmente nas conversas sobre o fim da guerra.

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Cúpula de defesa

Na quinta-feira, os líderes europeus declararam apoio aos planos de aumentar o orçamento de defesa e continuar apoiando Kiev, abalada pela reversão das políticas dos Estados Unidos por Trump. Nesta semana, ele anunciou o fim dos aportes americanos para assistência militar e financeira ao país em guerra.

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A cúpula da União Europeia, em Bruxelas, ocorreu em meio a temores de que a Rússia, encorajada pela guerra na Ucrânia, possa mirar um país do bloco em seguida – e que a Europa não possa mais contar com os Estados Unidos para ajudá-la.

Mas Orbán, que se recusou a enviar armas para a Ucrânia desde o início da guerra e manteve relações próximas com Moscou enquanto seus vizinhos impuseram sanções, disse que, em vez de prolongar o conflito, a Europa deveria apoiar as negociações de paz de Trump.

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“Se agora os Estados Unidos desistirem (de financiar a Ucrânia), por que os outros 26 estados-membros teriam uma chance de levar essa guerra até o fim?”, disse Orban à rádio estatal. “Dentro de semanas eles voltarão e descobrirão que não há dinheiro para esses objetivos”.

Trump defende que a Europa deve assumir mais responsabilidade por sua segurança. Na quinta-feira, lançou dúvidas sobre sua disposição de defender os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), embora o Artigo 5 da aliança militar ocidental caracterize um ataque contra seus membros como um ataque contra todos. Segundo ele, isso vai ser ignorado caso os europeus não estiverem investindo o suficiente em sua própria defesa.