O universitário americano Otto Warmbier, preso em janeiro de 2016 na Coreia do Norte e libertado no início da semana, é estável, sofreu um “dano neurológico grave”, informou o Centro Médico da Universidade de Cincinnati nesta quinta-feira. Warmbier foi condenado a 15 anos de prisão sob acusação de tentar arrancar um pôster político em um hotel de Pyongyang no ano passado, mas o governo norte-coreano libertou o jovem na última terça-feira. Ele está em coma há um ano.
A família não acredita na versão norte-coreana sobre os motivos do estado de saúde do filho – em março, logo após o julgamento, o rapaz teria tido uma crise de botulismo, tomou um remédio para dormir e não acordou mais. A toxina botulínica, produzida por uma bactéria encontrada no solo, em alimentos e em fezes de animais, pode provocar paralisia muscular.
“Mesmo que você acredite nessa explicação de botulismo e comprimido para dormir – e nós não acreditamos – não há desculpas para uma nação civilizada manter essa situação em segredo e negar tratamento médico por tanto tempo”, disse Fred Warmbier, pai de Otto.
Warmbier foi preso em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang quando chegava ao fim uma viagem de cinco dias à Coreia do Norte. Eles foi condenado a 15 anos de prisão por cometer “ato hostil” e querer “destruir a unidade do país”. Outros três cidadãos americanos permanecem presos no país comunista, todos de origem norte-coreana.
‘Razões humanitárias’
A Coreia do Norte quebrou o silêncio nesta quinta-feira e afirmou que libertou o prisioneiro americano “por razões humanitárias”. A agência oficial de notícias norte-coreana KCNA relatou, em um breve comunicado, que a soltura de Warmbier foi decidida por um tribunal na terça-feira, sem dar mais detalhes.
“Segundo uma decisão de 13 de junho da Corte Central da RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país), o cidadão norte-americano Otto Warmbier, que cumpria uma pena de trabalho, foi devolvido em 13 de junho por razões humanitárias”, disse a KCNA.
Sua libertação aconteceu depois de Joseph Yun, enviado especial do Departamento de Estado dos EUA para a Coreia do Norte, viajar a Pyongyang e exigir a soltura de Warmbier “por razões humanitárias”, o último de uma série de contatos diplomáticos secretos, disse uma autoridade dos EUA.
(Com Reuters)