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Apatia domina Venezuela a uma semana das eleições regionais

População está descrente em relação à oposição, que, após os intensos protestos dos últimos meses, perdeu sua força perante os governistas

Por Da redação
Atualizado em 9 out 2017, 19h54 - Publicado em 9 out 2017, 17h36
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  • A uma semana das eleições regionais, em que o governo e a oposição disputam 23 estados da Venezuela, a apatia domina o ambiente, em meio a uma grave crise econômica e à frustração após quatro meses de protestos, entre abril e julho.

    Parte da população contrária ao governo de Nicolás Maduro deixou de participar das regionais nos últimos anos, pois não confia no Poder Eleitoral nacional, acusado de fraudes a favor dos chavistas. Muitos eleitores também estão descrentes em relação à oposição, que, após os intensos protestos dos últimos meses, perdeu sua força perante os governistas.

    O músico Ángelo Capacho, 26, diz que não votará, porque não vê um “discurso claro” por parte dos líderes opositores. “Chamavam à desobediência; depois, saíram com eleições regionais e a rua se esvaziou. De que valeram tantos mortos? Sinto que se trata de uma luta por fatias do poder”, declarou à agência France Press.

    As manifestações, que deixaram mais de 120 mortos, exigiam a saída do presidente, mas fraquejaram com a instalação, em agosto, da Assembleia Nacional Constituinte, convocada por Maduro e integrada exclusivamente por governistas.

    A sombra da abstenção

    Maduro prometeu que a Constituinte, considerada uma fraude pela oposição e não reconhecida pelos Estados Unidos e por vários governos latinos e europeus, seria a “solução definitiva” para os problemas econômicos do país. Analistas mostram, no entanto, que a situação piorou, e que a Venezuela pode experimentar neste ano uma queda do PIB entre 12% e 14% e uma inflação de 1.200% a 1.400%, segundo a empresa Ecoanalítica.

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    Apesar da aparente apatia da população, segundo Gerardo Blyde, chefe de campanha da MUD (Mesa de Unidade Democrática), que reúne os partidos opositores, estima-se que 60% dos eleitores venezuelanos devem comparecer às urnas no próximo domingo. “Isso representa um trabalho de convencimento e entendimento de que essa não é só mais uma eleição em que vamos escolher alguns governadores que vão exercer um cargo figurativo”, disse Blyde.

    Nas eleições regionais de dezembro de 2012, a abstenção foi de 46,06%. O chavismo conquistou, então, vinte dos 23 governos. Mas a oposição diz ter certeza de que pode reverter o mapa político eleitoral.

    Em dezembro de 2015, a oposição acabou com dezoito anos de hegemonia governista ao conquistar a maioria no Parlamento. Mas o Supremo Tribunal de Justiça, acusado de servir ao governo, anulou as decisões do Legislativo, acusando o mesmo de “desacato”. Muitos eleitores estão convencidos de que os opositores continuam sendo maioria.

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    O escritor e professor universitário Francisco Suniaga afirma que “neste tipo de eleição, sempre houve menos entusiasmo”, mas advertiu que, no atual contexto político, “um eleitor que se abstiver estará favorecendo o governo”. Maduro movimenta sua máquina para conquistar, principalmente, o voto dos funcionários públicos e de setores populares beneficiados por subsídios.

    Em um pronunciamento na televisão aberta neste domingo, o presidente pediu mais uma vez aos venezuelanos  que votem nos candidatos chavistas e advertiu que defenderá nas ruas os resultados do pleito. “Corremos o risco de ganhar todos os governos (estaduais), os 23″, ironizou, e assegurou que o chavismo está “muito perto de uma vitória histórica da revolução bolivariana”.

    O pedido de Maduro foi transmitido pelo canal estatal VTV, algo que a oposição denunciou reiteradas vezes, pois considera que há um “abuso de poder” e do uso dos meios estatais em favor dos candidatos chavistas. O Poder Eleitoral da Venezuela estabeleceu como condição que, durante o período de campanha política para as eleições regionais, cada candidato tem no máximo três a quatro minutos – dependendo do veículo – para divulgar mensagens de campanha.

    (Com AFP e EFE)

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