App usado por Netanyahu vaza dados dos 6,5 milhões eleitores israelenses
Falha no sistema de segurança do app usado pelo Likud, o partido do líder de Israel, expõe privacidade dos cidadãos
Em busca de sua reeleição, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu partido, o Likud, enviaram os dados pessoais de todos os 6,5 milhões de eleitores israelenses para um aplicativo. Devido a uma falha no sistema de segurança da ferramenta, reportada pelo jornal Haaretz neste domingo 9, os dados de todo o eleitorado ficaram comprometidos.
O programa, que é chamado de Elector, pode ser baixado até mesmo no Brasil. Oferece notícias e informações sobre as próximas eleições parlamentares de Israel, marcadas para 2 de março. Segundo o Haaretz, o app é usado pelo Likud para acompanhar as apurações dos pleitos. O próprio Netanyahu incentiva seus seguidores a baixá-lo, relata o jornal The New York Times.
O Likud ainda não explicou oficialmente o motivo pelo qual enviou as informações para o programa. De acordo com a legislação israelense, os partidos políticos têm o direito a receber os dados pessoais dos eleitores – como nome completo, endereço, gênero e número de identidade – antes de cada eleição.
Todavia, as legendas devem se comprometer em proteger a privacidade e não providenciar os dados a terceiros. O Ministério da Justiça não anunciou nenhuma investigação sobre o caso, mas não parece descartar essa hipótese, segundo o Times.
Por meio de uma fonte anônima, o Haaretz revelou no domingo que os dados pessoais de todos os 6,5 milhões de eleitores israelenses estavam expostos no código de fonte da homepage do site oficial do Elector. O código de fonte de qualquer página é acessível ao se clicar com o botão direito do mouse na tela.
A empresa Feed-b, responsável pelo aplicativo, afirmou que o incidente foi “único” e “imediatamente resolvido”. Também disse ter aprimorado o sistema de segurança de seu serviço.