Após ameaças à China, Trump convida Xi Jinping para posse presidencial em janeiro
Presidente eleito dos EUA prometeu impor tarifas ao Canadá, ao México e à China, como forma de obrigá-los a controlar a imigração ilegal e o fluxo de drogas

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o presidente da China, Xi Jinping, para a sua cerimônia de posse, em 20 de janeiro, confirmou a nova secretária de imprensa do republicano, Karoline Leavitt, nesta quinta-feira, 12. A presença de Xi, no entanto, “ainda não foi determinada”. A bandeira branca diplomática ocorre após uma série de ameaças de Trump de imposição de pesadas tarifas sobre produtos chineses assim que assumir o comando da Casa Branca.
“Esse é um exemplo do presidente Trump criando um diálogo aberto com líderes de países que não são apenas nossos aliados, mas nossos adversários e nossos concorrentes também”, disse Leavitt à emissora americana FOX News. “Vimos isso em seu primeiro mandato. Ele recebeu muitas críticas por isso, mas levou à paz em todo o mundo. Ele está disposto a conversar com qualquer um e sempre colocará os interesses da América em primeiro lugar.”
Além da China, o presidente eleito americano também demonstrou interesse em impor impostos sobre Canadá e México, como forma de obrigá-los a controlar a imigração ilegal e o fluxo de drogas, como o fentanil, aos EUA. Os países seriam alvo de taxas de 25%, enquanto os produtos chineses poderiam ser atingidos com tarifas ainda mais altas.
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Fora do script
Leavitt informou que mais líderes estrangeiros também foram convidados, sem nomeá-los. Não é comum que presidentes de outros países participem da posse no Capitólio, sede do poder legislativo dos EUA. Na inauguração do atual mandatário, Joe Biden, por exemplo, estiveram presentes apenas ex-presidentes americanos, como Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama. Derrotado, Trump não compareceu ao evento, ao contrário do seu então vice, Mike Pence.
“Não é necessariamente algo ruim convidar líderes estrangeiros para participar. Mas certamente faria mais sentido convidar um aliado antes de um adversário”, afirmou Jim Bendat, historiador e autor de O Grande Dia da Democracia: A Posse do Nosso Presidente, à agência de notícias Associated Press, acrescentando que não sabia de nenhuma posse anterior nos EUA com chefes de Estado estrangeiro.
Trump já havia dado sinais de que fugiria do script. Na Bolsa de Valores de Nova York, ele disse nesta quinta-feira que estava “pensando em convidar certas pessoas para a posse” e que, ao descobrirem seu plano, “algumas pessoas disseram, ‘Uau, isso é um pouco arriscado, não é?'”. Ele, por sua vez, teria respondido: “Talvez seja. Veremos. Veremos o que acontece. Mas gostamos de correr pequenos riscos”.
O chefe de missão de cada país nos Estados Unidos também será chamado ao evento, adiantou um funcionário do Comitê Inaugural de Trump em condição de anonimato à Associated Press.