Depois de conseguirem permissão para desembarcar na Itália, dezesseis migrantes menores de idade e que tinham sido resgatados no Mar Mediterrâneo chegaram na segunda-feira 29 ao país, depois de ficarem retidos em um navio-patrulha da Guarda Litorânea por cinco dias.
O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, bloqueou na última sexta-feira 26 o desembarque de 135 migrantes resgatados pelo navio-partulha Gregoretti após saírem da Líbia em 25 de julho a bordo de várias balsas.
As embarcações em que viajavam foram interceptadas na quinta-feira 25, e os migrantes colocados a bordo do navio da Guarda Litorânea.
Nesta segunda, Salvini permitiu que dezesseis menores de idade desembarcassem na Itália. Nos últimos dias, já haviam sido retirados do navio uma mãe no oitavo mês de gestação, o marido e os dois filhos pequenos.
O ministro italiano, contudo, continua a se recusar a receber os outros migrantes que ainda estão a bordo. O navio está ancorado no porto da cidade de Augusta, na região da Sicília.
A Itália quer que os demais países da União Europeia (UE) cheguem a um consenso para que os imigrantes sejam distribuídos entre todos, antes de permitir o desembarque.
No dia 23 de julho, catorze países da UE chegaram a um “acordo de princípio” sobre uma iniciativa franco-alemã para um mecanismo temporário que permita o desembarque de migrantes resgatados no Mediterrâneo central e a sua posterior distribuição entre os países, segundo o presidente da França, Emmanuel Macron.
A Itália não participou dessa reunião, chamada por Salvini de “um erro de forma e substância”.
Esta não é a primeira vez que o governo italiano, uma coligação entre os partidos anti-imigração Liga e o Movimento 5 Estrelas, impede a atracagem nos seus portos de navios humanitários. Salvini e seus aliados argumentam de que o resgate de migrantes estimula o tráfico de pessoas e que seu país não deve ser o único a lidar com o fardo das ondas migratórias que chegam pelo Mediterrâneo.
(Com EFE)